Bitcoin despenca: aversão ao risco atinge o mercado. Prejuízo de 3,5% em 24h. Analistas alertam para queda contínua e descompasso entre oferta e demanda
Na terça-feira, 4, o bitcoin enfrentou um aprofundamento da tendência de queda que já se iniciava desde o início da semana, com o preço negociado em torno de US$ 103 mil. A maior criptomoeda do mundo registra uma trajetória de baixa iniciada após o “flash crash” de 10 de outubro, acompanhada por uma crescente aversão ao risco entre os investidores.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Atualmente, o bitcoin é cotado a US$ 104.124, apresentando uma queda de 3,5% nas últimas 24 horas, conforme dados do CoinMarketCap.
Nos últimos trinta dias, a criptomoeda acumulou uma queda superior a 15%. A situação reflete a cautela do mercado, influenciada por fatores como a volatilidade e a percepção de risco elevada. A análise do mercado cripto demonstra uma dinâmica de queda, com a tendência de baixa iniciada no “flash crash” de outubro.
Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, comentou sobre a situação: “O preço do bitcoin iniciou um movimento de baixa no último domingo, 2, o qual levou a principal criptomoeda do mercado atingir, até o momento desta publicação, a mínima de US$ 103.605.
Essa faixa de preço trata-se de uma região de liquidez que, se for rompida, o preço do bitcoin poderá buscar níveis mais baixos nos US$ 97 mil e US$ 95 mil. No entanto, caso entre fluxo comprador e reverta o movimento, o preço do bitcoin poderá buscar resistências de curto e médio prazo nas faixas de preços de US$ 112.5 mil e US$ 118.7 mil”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O Índice de Medo e Ganância, utilizado para medir o sentimento do mercado cripto, aponta para “medo” em 21 pontos, refletindo a aversão ao risco predominante entre os investidores. A análise do sentimento do mercado indica uma fase de cautela e incerteza.
Matheus Parizotto, analista de research da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual, explicou: “O mercado de criptoativos acumula quedas expressivas nos últimos dias, em movimentos voláteis, mas em trajetória de baixa desde o crash do mês anterior. O ajuste de posições elevou a percepção de risco e manteve os investidores mais cautelosos, especialmente em altcoins de menor capitalização, que tendem a sofrer mais em fases de redução de liquidez”.
Ele acrescentou: “Do lado dos fluxos, o balanço permanece desfavorável. Nos últimos 30 dias, a soma entre compras de tesourarias corporativas e entradas nos ETFs ficou abaixo da emissão de novos bitcoins minerados. Ao mesmo tempo, investidores de longo prazo vêm realizando lucros, com movimentação diária em torno de US$ 2,5 bilhões, o maior nível desde novembro de 2024, sinalizando distribuição relevante desse grupo”.
A análise dos fluxos de investimento demonstra um descompasso entre a oferta e a demanda, contribuindo para a pressão de queda nos preços.
A situação atual sugere que a pressão de queda deve persistir no curto prazo até que os fluxos de investimento se normalizem. O foco deve permanecer em ativos de qualidade e alta liquidez, com cautela em criptoativos de maior beta até que os fluxos voltem a se tornar favoráveis.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!