Biossensor detecta depressão e esquizofrenia na saliva com baixo custo

Dispositivo de baixo custo identifica rapidamente concentrações de proteína ligada a transtornos psiquiátricos.

03/10/2025 11:15

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Biossensor detecta depressão e esquizofrenia na saliva com baixo custo
(Imagem de reprodução da internet).

Desenvolvimento de Biossensor Portátil para Detecção de BDNF

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Embrapa Instrumentação, desenvolveram um biossensor portátil e de baixo custo capaz de identificar rapidamente uma proteína associada a transtornos psiquiátricos, como depressão, esquizofrenia e bipolaridade. A proteína em questão é o BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor), que desempenha um papel crucial no crescimento e manutenção dos neurônios, influenciando funções cerebrais como aprendizagem e memória.

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Funcionamento e Características do Biossensor

O dispositivo consiste em uma tira flexível com eletrodos que, quando integrada a um analisador portátil, avalia gotas de saliva humana. A análise leva menos de três minutos, fornecendo a concentração de BDNF. O biossensor possui capacidade de armazenamento de longo prazo e um custo estimado de US$ 2,19 por unidade, inferior a R$ 12,00 no câmbio atual. A próxima etapa é a obtenção da patente.

Impacto Clínico e Potencial da Tecnologia

O biossensor pode servir como um alerta para doenças e transtornos psiquiátricos, detectando níveis baixos de BDNF, que estão associados a declínio cognitivo, como no caso da depressão. A restauração do efeito da proteína está ligada a antidepressivos. Indivíduos saudáveis registram níveis de BDNF acima de 20 nanogramas por mililitro (ng/mL), enquanto pessoas com transtorno depressivo maior chegam a ter menos de 10 ou 12 ng/mL. A tecnologia se alinha com a tendência de uma medicina personalizada, onde os tratamentos são direcionados a cada indivíduo.

Aplicações e Contexto da Pesquisa

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 1 bilhão de pessoas vivem com transtornos mentais, sendo ansiedade e depressão as condições mais prevalentes. O aumento de casos de transtornos mentais e o consequente uso de medicamentos, especialmente após a pandemia de Covid-19, motivaram a pesquisa. A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) apoia o estudo por meio de bolsas e projetos temáticos. A equipe de pesquisa, liderada por Paulo Augusto Raymundo Pereira, conta com a colaboração de Nathalia Gomes, Marcelo Luiz Calegaro, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, Sergio Antonio Spinola Machado e Osvaldo de Oliveira Junior.

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