Bioeconomia Amazônica: Pará Impulsiona Inovação e Economia Sustentável

Parque da Bioeconomia em Belém impulsiona a economia local com açaí e castanha-do-pará. Inovação e sustentabilidade geram empregos e atraem investimentos.

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Bioeconomia Amazônica: Um Novo Modelo para o Pará

Às margens do rio Guama, em Belém, o Estado do Pará está investindo em um modelo inovador para a economia amazônica: um Parque de Bioeconomia e Inovação. O complexo, projetado para ajudar empreendedores a transformar produtos florestais, como açaí e castanha-do-pará, em mercadorias para os mercados doméstico e global, busca modernizar a economia local, utilizando a floresta em pé.

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O objetivo é criar empregos ao mesmo tempo que preserva a Amazônia.

Inspirado no Vale do Silício

O complexo, inaugurado no mês passado, foi inspirado no Vale do Silício e visa atrair investimentos e promover a inovação na região. O projeto busca transformar a biodiversidade amazônica em uma nova economia, gerando empregos e oportunidades de negócios.

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Aplicações da Bioeconomia

O chef paraense Leonardo Souza foi um dos primeiros a utilizar os laboratórios do BioPark, aumentando sua produção de sal artesanal com ervas amazônicas. Inicialmente, ele produzia 60 potes de sal por dia usando fornos alugados, mas agora, com a infraestrutura do complexo, consegue atender a cerca de 1.000 clientes.

Expansão da Produção

Com o apoio do BioPark, Souza ampliou sua rede de fornecedores, trabalhando com cerca de 200 famílias que fornecem ervas. Essa expansão permitiu aumentar a produção e atender a uma demanda crescente por seus produtos artesanais.

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Estratégias Nacionais e Investimentos

O Brasil lançou um plano nacional para tornar a bioeconomia uma das principais forças da economia brasileira. O programa inclui 10 prioridades, desde pequenos negócios até a produção de medicamentos fitoterápicos, passando pela concessão de florestas nativas e o turismo sustentável.

Programa Eco Invest

O programa Eco Invest, lançado no ano passado, utiliza fundos públicos para atrair capital privado estrangeiro para projetos sustentáveis. Com o quarto leilão do programa, o governo pretende alavancar US$3 bilhões em investimentos privados, provenientes do Fundo Climático do Brasil e do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Desafios e Oportunidades

O pesquisador Carlos Nobre destaca que, embora o potencial da bioeconomia seja enorme, há desafios a serem superados. Ele aponta que, em 2019, um estudo do BID, da Nature Conservancy e da Natura mostrou que 30 cadeias de valor de produtos florestais no Pará geraram R$4,24 bilhões em renda local, quase igualando os R$4,25 bilhões da pecuária.

Essa mudança de paradigma demonstra que a bioeconomia pode ser uma alternativa viável e sustentável para a economia da região.

O Boom do Açaí

Entre os produtos mais emblemáticos da Amazônia está o açaí, uma fruta rica em antioxidantes que impulsionou o mercado global, projetando um crescimento de US$1,23 bilhão em 2024 para US$3,09 bilhões em 2032. O empresário francês Damien Binois transformou a fruta em um negócio de exportação, atendendo a mercados na França, Espanha, Irlanda e Bélgica.

Tradição e Inovação

Bete Cheirosinha, quinta geração de vendedoras de ervas no Ver-o-Peso, utiliza o conhecimento indígena e caboclo para criar remédios e produtos. Allison Charles, que vende farinhas de mandioca com sua mãe, utiliza a tecnologia para divulgar os produtos da região.

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