Empresário defende que melhorar a vida das pessoas deve ser prioridade nas discussões. Leia na íntegra no Poder360.
O renomado empresário Bill Gates publicou um artigo em 28 de outubro de 2025, intitulado “Três Verdades Duras Sobre o Clima. O que eu quero que todos na COP30 saibam”, no qual discorda da ênfase excessiva dada por organizações e movimentos pelo clima ao aumento de temperatura do planeta.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Para o empresário, tratar as mudanças climáticas como o apocalipse tem desviado a atenção e os recursos daquilo que deveria realmente estar no centro das discussões: melhorar a vida das pessoas, especialmente nos países mais pobres.
No texto, Gates apresenta o que acredita ser “uma nova maneira de olhar para o problema”. O artigo, disponível em inglês (PDF – 235 KB), propõe uma abordagem focada no bem-estar humano como principal estratégia para lidar com os desafios climáticos.
O formulário de cadastro e alertas grátis do Poder360 também foram disponibilizados, com o usuário concordando com os termos da LGPD.
As três “verdades duras” sobre o clima segundo Gates são: as mudanças climáticas são um problema sério, mas não vão pôr fim à civilização; a temperatura não é a melhor métrica para avaliar nosso progresso em relação ao clima; saúde e prosperidade são nossas melhores defesas contra as mudanças climáticas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Apesar de reconhecer que a questão climática é “super importante”, Gates afirma que os países, as empresas e a sociedade fizeram um “grande progresso” em reduzir as emissões de carbono. “Infelizmente, a visão apocalíptica faz com que grande parte da comunidade climática se concentre demais em metas de emissões de curto prazo, desviando recursos das ações mais eficazes que deveríamos estar fazendo para melhorar a vida das pessoas em um mundo cada vez mais quente”, escreveu o empresário.
Para Gates, no entanto, “não é tarde demais para adotar uma visão diferente e ajustar nossas estratégias para lidar com a questão climática”. Ele escreve que a COP30, que será realizada em Belém do Pará em novembro, “é um excelente lugar para começar, especialmente porque a liderança brasileira da conferência coloca a adaptação climática e o desenvolvimento humano como pontos prioritários em sua agenda”.
O empresário norte-americano escreve que “melhorar a vida das pessoas” deveria contar mais do que mudanças na temperatura e emissões.
Após a publicação do artigo, Gates deu uma entrevista para a emissora de TV norte-americana. Ele reforçou os pontos de defesa de seu texto, dizendo que “há inovação o suficiente sendo feita para evitar resultados muito ruins”. Além disso, repetiu a declaração dada pelo secretário-geral da ONU, de que “não vamos atingir a nossa meta”, firmada no Acordo de Paris, de limitar o aquecimento do planeta a menos de 1,5ºC.
Apesar de afirmar que esse objetivo se mostrou irrealista, Gates negou que os termos do acordo foram inadequados. “Esse foi um marco importante, porque os países do mundo disseram: ‘Ei, este é um problema comum. A elevação da temperatura que todo o planeta vai experimentar vem das emissões de todos esses países’.
Então, conseguir que os países se comprometessem foi muito importante”, disse.
O empresário enfatizou que, se os orçamentos dos países ricos para ajudar os países pobres continuassem a crescer como nos últimos 25 anos, esse dilema entre tomar ações climáticas e salvar vidas de crianças não seria tão crítico quanto é agora. “Esses orçamentos estão em queda.
E em uma queda considerável”, disse. “Portanto, o apelo aqui é: Ok, vamos usar esse dinheiro muito limitado sem reservar partes para causas específicas. Vamos medir tudo em termos do bem-estar humano, pensando em como ajudar esses países”.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!