Bemisa e a Busca por Novos Ativos na Mineração

A mineradora Bemisa, controlada pelo empresário Daniel Dantas e ligada ao grupo Opportunity, está empenhada em expandir suas operações e se tornou uma das principais candidatas para adquirir o Porto Sudeste e a Mineração Morro do Ipê. Esses ativos, atualmente sob a gestão do fundo asiático Mubadala e da trading holandesa Trafigura, estão sendo avaliados por diversos interessados, incluindo o fundo australiano Macquarie e empresas chinesas e árabes.

A Bemisa já firmou contratos de confidencialidade com as controladoras, abrindo caminho para a fase de due diligence, que envolve uma análise detalhada dos ativos.

Interesse de Diversos Grupos e Desafios na Transação

O interesse na compra dos ativos é amplo, com a participação de empresas como a brasileira Vale e o fundo australiano Macquarie. Além disso, há o interesse de mineradoras chinesas e investidores árabes. A fase inicial de avaliação, sem compromisso vinculante, indica que vários interessados estão considerando a oportunidade.

No entanto, a transação enfrenta alguns entraves, como a necessidade de resolver problemas relacionados a três barragens de rejeitos na Morro do Ipê, devido às exigências da Agência Nacional de Mineração (ANM) após os desastres de Mariana e Brumadinho.

Porto Sudeste: Um Legado de Eike Batista e Desafios Financeiros

O Porto Sudeste, um projeto do empresário Eike Batista, que enfrentou dificuldades na década passada, entrou em operação em meados de 2015 e atualmente processa 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, embora opere com apenas 40% da sua capacidade instalada.

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A Mineração Morro do Ipê, que antes pertencia à MMX Sudeste Mineração de Eike, gerou R$ 970 milhões de receita no ano passado, com produção e venda de 3,5 milhões de toneladas de minério de ferro. A mina Tico-Tico, que terminou de ser aberta em 2023, ainda está na fase de “ramp up” e deve operar em plena capacidade a partir do primeiro trimestre de 2026.

Bemisa: Ambiciosos Planos de Expansão

A Bemisa, que opera as minas Baratinha e Mongais em Antônio Dias (MG) e está investindo R$ 100 milhões na nova mina Pedra Branca em João Monlevade, tem planos ambiciosos de crescimento. A empresa pretende alcançar uma produção de 10 milhões de toneladas por ano de minério de ferro até 2030, com a aquisição dos ativos do Porto Sudeste e da Morro do Ipê.

Além disso, a Bemisa possui direitos minerários no sul do Piauí, com reservas estimadas em 1,6 bilhão de toneladas, e está estruturando o Projeto Planalto Piauí, com previsão de produção de até 15 milhões de toneladas em etapas, utilizando a Ferrovia Transnordestina, com previsão de conclusão em 2028.