O diretor demissionário da BBC News instou a emissora a “lutar” para defender seu jornalismo, após a controvérsia envolvendo a edição de um discurso do presidente americano. A situação se intensificou com ameaças de um processo judicial por difamação, com um valor estimado em 5,31 bilhões de reais, por parte do grupo audiovisual britânico.
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A polêmica surgiu após a inclusão de uma edição alterada em um documentário exibido em outubro de 2024, uma semana antes das eleições presidenciais americanas. A alteração, revelada pelo jornal conservador The Daily Telegraph, modificava a interpretação de uma frase do discurso de Trump, que originalmente dizia “Vamos caminhar até o Capitólio e vamos encorajar nossos valentes senadores e representantes no Congresso”.
A Alteração e a Reação de Trump
A edição original, que incluía a expressão “lutar como demônios”, era vista como uma incitação aos apoiadores de Trump a marcharem em direção ao Capitólio. Após a divulgação, o presidente americano acusou a BBC de “jornalistas corruptos” que tentaram manipular as eleições presidenciais.
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Em sua plataforma, Truth Social, Trump criticou a emissora, classificando-a como tendo origem em um “país estrangeiro, que muitos consideram nosso principal aliado”. O presidente também expressou preocupação com o impacto da situação na democracia.
Reações Governamentais e Defesa da BBC
A polêmica causou um embaraço ao governo trabalhista de Keir Starmer, que costuma enfatizar as boas relações com o governo Trump. A ministra da Cultura, Lisa Nandy, defendeu a BBC, evitando mencionar as ameaças de Trump.
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Nandy admitiu a existência de “problemas graves” no funcionamento da BBC, e fez um apelo para evitar “ataques contínuos” contra a instituição, que tem sido “ferozmente independente” por mais de um século.
Revisão do Contrato da BBC
A polêmica surge em um momento crucial para a BBC, que precisa renegociar seu contrato de missão decenal com o governo americano, com a revisão começando “antes que o ano termine”. A ministra da Cultura assegurou que a BBC contará com um financiamento sustentável para continuar sendo “ferozmente independente”.