O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou em segunda-feira (8) que os processos julgados pela Corte se baseiam em evidências, e não em disputas políticas ou ideológicas.
As declarações de Barroso foram divulgadas à imprensa um dia após a realização de manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, em meio ao julgamento da trama golpista, acusaram os ministros da Corte de promoverem uma “ditadura de toga” e uma “tirania”.
O chefe do Executivo afirmou que aguardará a conclusão do processo para se manifestar em nome do Judiciário acerca do caso envolvendo Bolsonaro, assegurando que o desempenho do Supremo não se trata de disputa política.
Não desejo comentar o fato político do dia e estou aguardando o julgamento para me pronunciar em nome do Supremo Tribunal Federal. O momento adequado é após o exame da acusação, da defesa e apresentação das provas, para se saber quem é inocente e quem é culpado. Processo penal é prova, não disputa política ou ideológica, afirmou.
Barroso também contestou a tentativa de apoiadores de Bolsonaro de vincular o julgamento do ex-presidente a episódios experimentados durante a ditadura militar no Brasil.
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Tendo vivido e lutado contra a ditadura, não existia devido processo legal público e transparente, acompanhado pela imprensa e pela sociedade em geral. Era um mundo de obscuridade. Atualmente, tudo acontece à luz do dia. O julgamento reflete a realidade. Na vida, não serve de nada querer quebrar o espelho por não gostar da imagem, concluiu.
Julgamento
O julgamento de Bolsonaro e mais sete aliados ocorre na Primeira Turma da Corte, iniciado na semana passada, quando foram analisadas as alegações das defesas do ex-presidente e dos demais acusados, além da manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, favorável à condenação de todos os réus.
A partir de terça-feira (9), a comissão começará a votação que pode levar à condenação de Bolsonaro e outros acusados a mais de 30 anos de prisão.
Quem são os ratos
Jair Bolsonaro – ex-presidente da República.
Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Almir Garnier, antigo comandante da Marinha.
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal.
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional.
Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa.
Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022.
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Fonte por: Brasil de Fato