Bancos alertam para déficit nas contas externas por remessas em 2023

BC aponta viés negativo em transações correntes, com déficit de US$ 78,9 bilhões em 12 meses.

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(Imagem de reprodução da internet).

Déficit nas Contas Externas do Brasil Aumenta, Alertam Instituições Financeiras

Análises de grandes instituições financeiras apontam para um déficit nas contas externas do Brasil que se agrava, superando as projeções iniciais. A saída de lucros e dividendos, especialmente no final de 2025, é um fator chave que contribui para o resultado negativo das transações correntes, conforme apontam os relatórios dos bancos.

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O Banco Central (BC) divulgou que o déficit em transações correntes nos doze meses encerrados em setembro de 2025 atingiu US$ 78,9 bilhões, representando 3,61% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse valor supera o registrado em agosto, com US$ 76,6 bilhões (3,53% do PIB), e o de setembro de 2024, com US$ 49,8 bilhões (2,23% do PIB).

As transações correntes abrangem as operações do país com o exterior, incluindo bens, serviços, rendas e transferências. Essa métrica engloba a balança comercial (exportações e importações de produtos), os serviços (como transporte e viagens), as rendas primárias (lucros, juros e dividendos) e as rendas secundárias (remessas e doações).

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Após a divulgação do BC, o Itaú destacou que o déficit foi superior ao esperado, com uma maior saída de lucros e dividendos. A instituição mencionou que essa piora na conta corrente reflete um déficit mais elevado na conta de rendas, além de um saldo positivo menor na balança comercial, devido à importação de plataformas de petróleo no mês.

Em relação ao cenário para 2025, o relatório indica que o risco de remessas de lucros e dividendos acima do usual no final do ano adiciona um viés de alta ao déficit em conta corrente projetado, atualmente estimado em US$ 75 bilhões (3,3% do PIB).

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O Inter, por sua vez, ressaltou a necessidade de monitorar o déficit de renda primária, que já apresentava um resultado amplo em setembro. A instituição expressou preocupação com a saída de capital observada no final do ano passado e a desvalorização cambial resultante, em um contexto de baixa liquidez.

O Bradesco concorda com essa avaliação, afirmando que, embora a balança comercial tenha apresentado uma piora pontual devido à importação de uma plataforma, os números negativos da balança de rendas são motivo de preocupação. A projeção atual indica um déficit em conta corrente de 3,3% para o ano, mas os dados de setembro indicam a necessidade de revisar essa estimativa para cima.

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