Banco Central mantém foco na meta de inflação, avalia cenário econômico positivo. A ata do Copom destaca cautela e a importância de ancorar expectativas.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) revelou uma avaliação mais otimista do cenário econômico, com foco no impacto da política monetária na desaceleração dos preços. O documento destacou o firme compromisso da autarquia em alcançar a meta de inflação, evidenciando que a condução cautelosa da política monetária tem contribuído para os ganhos desinflacionários observados.
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O BC apresentou percepções positivas sobre o cenário internacional, os preços correntes e as expectativas de mercado, reconhecendo que vetores inflacionários ainda se mantêm adversos. A avaliação reflete uma postura prudente, buscando equilibrar a necessidade de controlar a inflação com a importância de evitar um impacto excessivo na atividade econômica.
Caio Megale, economista-chefe da XP, ressaltou que a política monetária está funcionando, mas alertou para a necessidade de cautela diante de riscos. A ata indicou que o BC precisará de mais tempo e informações antes de iniciar um ciclo de afrouxamento dos juros, demonstrando uma abordagem cautelosa e baseada em evidências.
A manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, decidida na semana passada, reforçou o compromisso do BC com a estratégia de levar a inflação à meta por um período prolongado. Essa decisão afastou expectativas de que um corte de juros poderia ser feito em janeiro, demonstrando uma postura firme e focada nos resultados.
A ata mostrou que o BC melhorou o tom de sua avaliação em relação ao encontro de novembro, apontando para uma diminuição da inflação corrente, em vez de apenas uma “diminuição”. A autarquia também mencionou a redução nas expectativas de mercado para os preços, deixando de falar em “alguma redução”, embora tenha destacado que essas previsões ainda estão acima da meta de 3%.
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A ata retirou a menção feita em novembro sobre a “desancoragem das expectativas de inflação”, que era considerada um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê. A autarquia manteve o trecho que avalia que ambientes com expectativas desancoradas elevam o custo da desinflação, demonstrando uma preocupação com a importância de ancorar as expectativas.
O BC destacou que o cenário internacional está menos incerto do que estava há alguns meses, com o fim do governo shutdown nos EUA e a evolução das negociações comerciais. A autarquia também observou preços de commodities contidos e condições financeiras favoráveis, indicando uma análise cuidadosa dos fatores externos que podem impactar a economia brasileira.
A ata mostrou que o Comitê vem alterando sua comunicação ao longo do ano para expressar sua percepção sobre o estágio da política monetária, buscando um ganho de confiança com o processo de desinflação. Após a elevação dos juros, o ciclo de alta foi interrompido para avaliar se o nível de 15% da Selic seria suficiente para convergir a inflação, chegando à conclusão de que esse patamar é adequado.
A diretoria do BC fez um debate sobre a situação do mercado de trabalho no país, chegando à conclusão de que ele está “bastante apertado” com sinais incipientes de desaquecimento. A autoridade monetária ponderou que é necessário aprofundar a análise sobre fatores conjunturais e estruturais no mercado de trabalho, com avaliação de evidências que demandam tempo para observação mais robusta.
A autarquia continuará acompanhando os dados para calibrar e refinar os efeitos da medida, demonstrando uma abordagem pragmática e baseada em evidências.
A autoridade monetária reafirmou a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas.
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