AVCs aumentam no verão: alerta médico! Neurocirurgião alerta para desidratação e tabagismo como fatores de risco. Hospital Quali Ipanema registra 30 atendimentos mensais por AVC no verão – o dobro do normal
O verão frequentemente coincide com um aumento nos casos de acidente vascular cerebral (AVC), segundo o neurocirurgião e neurorradiologista intervencionista Orlando Maia, do Hospital Quali Ipanema. A principal causa desse aumento reside na desidratação, que, por sua vez, eleva a viscosidade do sangue, incrementando o risco de formação de coágulos – a principal causa do AVC isquêmico, responsável por cerca de 80% dos casos.
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Existem dois tipos principais de AVC. O hemorrágico ocorre quando um vaso cerebral se rompe, representando aproximadamente 20% dos casos. Já o AVC isquêmico, mais comum, é provocado pela formação de um coágulo que bloqueia o fluxo sanguíneo em um vaso cerebral.
Fatores de Risco no Calor
Com a desidratação, o sangue se torna mais espesso, facilitando a trombose e o entupimento dos vasos. O verão também traz alterações na pressão arterial, com a vasodilatação causada pelo calor reduzindo a pressão, o que pode favorecer arritmias cardíacas e a formação de coágulos no coração, que podem migrar para o cérebro (30% do sangue que sai do coração é direcionado ao sistema nervoso central).
As férias, por sua vez, intensificam a desidratação e a chance de arritmia.
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O Papel do Tabagismo
O tabagismo é outro fator relevante. A nicotina favorece processos inflamatórios, aumentando o risco tanto de AVC isquêmico quanto hemorrágico. Ela bloqueia uma proteína do vaso chamada elastina, diminuindo a elasticidade do vaso e, consequentemente, favorecendo o AVC hemorrágico, além de causar um processo inflamatório no vaso, que pode levar à aderência de placas de colesterol e ao entupimento dos vasos.
O tabagismo está diretamente relacionado ao risco de ambos os tipos de AVC.
Aumento de Casos em Jovens
De acordo com o especialista, a combinação de um estilo de vida inadequado, tabagismo e doenças crônicas mal controladas tem levado a um aumento de casos em pessoas com menos de 45 anos. No Hospital Quali Ipanema, o número de atendimentos por AVC no verão chega a cerca de 30 por mês – aproximadamente o dobro do registrado em outras épocas do ano.
Sequelas do AVC
Quando não fatal, o AVC frequentemente deixa sequelas importantes, como dificuldades de locomoção, fala e visão. A prevenção é, portanto, essencial: manter hábitos saudáveis, praticar atividade física regularmente, controlar a pressão arterial, seguir corretamente os tratamentos médicos e evitar o tabaco.
O tempo é crucial, pois o tratamento com medicação intravenosa pode ser eficaz até quatro horas e meia após o início dos sintomas, enquanto a retirada mecânica do coágulo por cateter pode ser feita em até 24 horas.
Sinais de Alerta
Os principais sinais de alerta incluem paralisia súbita de um lado do corpo, fala enrolada, perda de visão, tontura intensa ou perda de consciência. “É uma doença que acontece, na maioria das vezes, de uma hora para outra. Nessa situação, não tem que esperar nada.
A pessoa tem que ser levada a um hospital porque é uma emergência médica”, finaliza o neurocirurgião.
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