Aumento do desemprego nos EUA, em 4,6%, desafia o Fed e gera incertezas no mercado de trabalho americano. Relatório do BLS mostraestagnação no emprego, mas com alta no desemprego
O mercado de trabalho americano apresentou sinais de desaceleração em novembro, com o aumento do desemprego para 4,6%, o nível mais alto em mais de quatro anos. Essa situação colocou em xeque as expectativas de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, manteria as taxas de juros elevadas por mais tempo.
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A leitura veio acima do esperado, que previa estabilidade no indicador.
O relatório do Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS) apontou uma estagnação no emprego, mas a taxa de desemprego subiu, gerando preocupação. A paralisação do governo federal, com cortes na força de trabalho, também contribuiu para a incerteza, dificultando a avaliação precisa do impacto nos números de emprego de outubro e novembro.
Economistas e analistas revisaram suas projeções, com o Banco de Canadá (Bradesco) prevendo dois cortes de juros no próximo ano, em vez de um. O economista do CIBC Economics, Ali Jaffery, alertou que os dados do mercado de trabalho não são encorajadores e abrem caminho para uma ação antecipada do Fed em 2026.
Diversos especialistas expressaram suas opiniões sobre o cenário. A Pimco, com um patrimônio de mais de US$ 2 trilhões, classificou os dados como “mistos”, mas em linha com suas expectativas, e não pretende alterar seu cenário-base. O estrategista sênior de Investimentos da Charles Schwab, Kevin Gordon, destacou o aumento de 1,2 ponto percentual na taxa de desemprego desde seu patamar mais baixo em 30 meses.
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O economista da TS Lombard, Dario Perkins, ressaltou que o relatório payroll não mudou a história, especialmente diante do alerta do BLS de que os dados são “ainda” menos confiáveis do que o habitual. O BC dos EUA poderá cortar os juros em janeiro, mas a “situação não parece particularmente urgente”, avalia.
A Capital Economics acredita que, se o desemprego se estabilizar nos próximos meses, o Fed pode não se preocupar tanto com o nível observado em novembro. A Pimco, com Tiffany Wilding, acredita que uma economia com crescimento resiliente, apesar dos choques de política monetária e um mercado de trabalho estável receberá novo estímulo, antecipado no primeiro semestre de 2026, mencionando menor impacto das tarifas e cortes de impostos.
O Bradesco, em nota a clientes, avalia que, com os dados de dezembro, será possível ter uma avaliação mais precisa quanto à real situação laboral na maior economia do mundo. O próximo payroll será divulgado no dia 9 de janeiro de 2026, às 10h30 de Brasília.
O aumento do desemprego nos EUA representa um desafio para o Federal Reserve, que precisa equilibrar a necessidade de controlar a inflação com o risco de desacelerar demais a economia. A incerteza em torno dos próximos passos da política monetária do Fed continua a influenciar os mercados financeiros.
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