Aumento em internações por fimose em adolescentes preocupa urologistas. Levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia aponta para diagnóstico tardio e cirurgias mais complexas
Nos últimos dez anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou um aumento superior a 80% nas internações cirúrgicas relacionadas à fimose em adolescentes, conforme levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia. Essa tendência tem gerado preocupação entre os urologistas, que a interpretam como um sinal de diagnóstico tardio, o que pode resultar em cirurgias mais dolorosas, recuperação mais lenta e maior incidência de complicações.
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A fimose é caracterizada pelo excesso de pele que recobre a cabeça do pênis, dificultando a retração do prepúcio. É comum nos primeiros anos de vida, sendo frequentemente denominada “fimose fisiológica” e geralmente se resolve espontaneamente até os três anos de idade.
O problema surge quando o prepúcio não consegue ser retraído, o que dificulta a higiene, favorece infecções e pode causar desconforto e dor durante as ereções.
Quando a resolução natural não ocorre até os sete anos de idade, o tratamento com pomadas de corticóide pode ser considerado. Após esse período, a cirurgia é recomendada, sendo preferível realizar o procedimento na infância, em detrimento da adolescência, devido à maior recuperação e menor desconforto.
As principais complicações incluem sangramento e hematoma, embora infecções sejam raras.
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A situação no Brasil se conecta a uma tendência observada nos Estados Unidos. Um estudo publicado no periódico Pediatrics revelou que as taxas de circuncisão neonatal, procedimento recomendado por pediatras americanos, caíram abaixo de 50% pela primeira vez, passando de 54% em 2012 para 49% em 2022.
Essa queda ocorreu principalmente entre famílias brancas e de maior renda, enquanto as taxas permaneceram estáveis em grupos negros e hispânicos. Fatores como ceticismo em relação às recomendações médicas e redução da cobertura de seguros de saúde contribuíram para essa mudança.
Independentemente do país, o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado são cruciais para garantir o bem-estar de crianças e adolescentes com fimose. A informação clara às famílias e o acesso a cuidados especializados são elementos fundamentais para lidar com essa condição de forma eficaz.
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