A deputada Marina do MST (PT-RJ) lançará uma iniciativa na próxima quinta-feira (14) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A principal refeição diária da maioria dos estudantes da rede pública do Rio de Janeiro é consumida na escola. Isso é o que aponta uma pesquisa do Observatório da Alimentação Escolar (OÄ) em parceria com a Ação da Cidadania sobre a efetividade do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE).
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Alunos e responsáveis relataram 1.046 opiniões em escolas da rede pública de 13 municípios da região metropolitana. Para 41% dos estudantes, a quantidade de alimentação oferecida foi avaliada como “pouca” ou “muito pouca”. Entre os estudantes negros, essa taxa atingiu 44%, enquanto entre os brancos diminuiu para 33%.
Com o início das aulas nesta semana, a importância da alimentação escolar saudável será tema de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) por iniciativa da deputada Marina do MST (PT). O debate contará com a presença de movimentos populares e cooperativas da agricultura familiar nesta próxima quinta-feira (14).
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Serão discutidos os obstáculos na aquisição de alimentos da agricultura familiar, os desafios para incentivar a alimentação de qualidade nas escolas – em detrimento de produtos ultraprocessados – e o PNAE, que necessita de mais investimentos, conforme a deputada, devido ao seu atendimento a aproximadamente 2 milhões de estudantes no estado do Rio de Janeiro.
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A alimentação escolar é um direito, não uma caridade. Para muitos estudantes no estado, é a principal refeição do dia, e ainda assim, faltam comida, falta qualidade, falta justiça. Quando os jovens dizem que é pouco, que não há alimentos frescos, estamos falhando. Esta audiência é um chamado à responsabilidade: precisamos de orçamento justo, fiscalização séria e voz popular. Nenhum prato pode estar vazio.
Ao Brasil de Fato, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) comunicou que o último ajuste do Programa de Alimentação Escolar foi o mais significativo desde 2022. O incremento de 16,4% assegurado em novembro, conforme a secretaria, assegura o abastecimento de mais de 280 milhões de refeições por ano na rede estadual.
Entre 2020 e 2024, foram destinados à agricultura familiar R$ 77 milhões, em conformidade com a Lei nº 11.947, que estabelece que, no mínimo, 30% do valor do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) seja empregado na aquisição de produtos provenientes dessa modalidade agrícola.
Uma investigação da Defensoria Pública do Rio, em 2022, revelou que o repasse financeiro do governo estadual para a alimentação escolar estava desatualizado. O valor destinado a cada estudante em regime integral e meio período deveria ser de, no mínimo, R$ 3,90 e R$ 1,35, respectivamente, porém o efetivo repasse para a compra da merenda foi de R$ 2,20 e R$ 0,76.
A Coordenação de Infância e Juventude (Coinfância) da Defensoria solicitou à 1ª Vara de Infância e Adolescência da Capital o cumprimento de um acordo extrajudicial assinado pela Secretaria de Educação, no qual se comprometia em manter os valores destinados à alimentação escolar atualizados.
O estabelecimento do ajuste nos valores da assistência estudantil ocorreu após negociações entre a Defensoria, o Ministério Público e a Secretaria de Estado de Educação em 2016, visando à desocupação das escolas de ensino médio. O documento estabelece a revisão anual do repasse por aluno, considerando a inflação do período.
Reunião pública sobre alimentação escolar
Quinta-feira, 14 de agosto
Quatorze horas.
Alerj (Rua da Ajuda, 5, 21º andar – Centro)
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Fonte por: Brasil de Fato
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