Décimo aniversário dos atentados de Paris em 2015: A cidade homenageia as vítimas e a luta contra o terrorismo.
Em 13 de novembro de 2015, a cidade de Paris foi palco de um ataque terrorista que marcou profundamente a história da França e do mundo. A data, que se tornou um dia de luto, marca os dez anos dos atentados que ceifaram a vida de 130 pessoas e feriram outras 494, representando o ataque mais mortal do país desde a Segunda Guerra Mundial.
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Os ataques foram reivindicados pelo Estado Islâmico (ISIS), grupo extremista que, na época, incitava seus seguidores a atacar a França devido ao envolvimento do país em conflitos no Iraque e na Síria.
Os ataques se espalharam por seis locais distintos, incluindo a casa de shows Bataclan, diversos bares e restaurantes, e o estádio Stade de France. A coordenação dos ataques demonstrava um planejamento meticuloso, com o objetivo de causar o máximo de destruição e vítimas.
Salah Abdeslam é considerado o único sobrevivente do grupo terrorista, e sua captura em 2016 representou um marco importante na investigação e na luta contra o terrorismo.
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A noite de 13 de novembro começou com a partida de um jogo de futebol entre França e Alemanha no Stade de France, em Saint-Denis, um subúrbio ao norte de Paris. Mais de 80 mil pessoas compareceram ao evento. Relatos de testemunhas indicam que os terroristas, que não tinham ingressos e chegaram atrasados ao estádio, impediram quatro vezes a entrada de um homem que se parecia com um dos agressores.
A ocular entrevistada pela polícia também viu três dos integrantes do Estado Islâmico conversando entre si após terem a entrada negada, incluindo Salah Abdeslam. A primeira explosão ocorreu nos arredores do estádio, seguida por outras duas explosões em portões do estádio e em um restaurante próximo, causando diversas vítimas e feridos.
Enquanto isso, outro grupo de terroristas se movimentava pela cidade, realizando ataques em diversos pontos. Às 21h25, homens armados com fuzis de assalto mataram 15 pessoas no cruzamento da Rue Alibert com a Rue Bichat, em um restaurante chamado Le Petit Cambodge e em um bar chamado Le Carillon.
Em seguida, às 21h32, cinco pessoas foram mortas a tiros em frente ao Café Bonne Bière. Finalmente, às 21h36, os terroristas chegaram ao restaurante La Belle Equipe, onde mataram 19 pessoas. Uma pessoa dentro do restaurante Comptoir Voltaire sofreu uma explosão com um dispositivo suicida, e outras pessoas ficaram feridas.
O ataque mais mortal daquela noite ocorreu na casa de shows Bataclan. Três homens armados com fuzis de assalto abriram fogo enquanto a banda americana Eagles of Death Metal se apresentava. Foram registradas 90 mortes na casa de shows e na rua fora dela.
A polícia revelou que os terroristas tinham plantas detalhadas do Bataclan, o que auxiliou na hora do atentado. Muitas pessoas tentaram escapar por uma saída de emergência, mas o terceiro terrorista as aguardava no local. Testemunhas relataram que os agressores falavam francês fluentemente e gritavam aos feridos no chão, dizendo: “Quem se mexer, eu mato”.
Outras testemunhas afirmaram que eles perguntavam onde estavam os integrantes da banda, ressaltando que os franceses realizavam bombardeios contra o Estado Islâmico com a ajuda dos americanos.
Dois policiais franceses chegaram ao local do show. Embora armados apenas com pistolas, conseguiram neutralizar um dos terroristas, que detonou o colete com bombas ao ser atingido. No entanto, os agentes tiveram de recuar após os outros dois agressores abrirem fogo contra eles da parte de cima do Bataclan.
Então, os terroristas fizeram alguns reféns. Às 22h45, agentes da unidade de resposta rápida, conhecida como RAID, chegaram à casa de shows. De acordo com documentos da polícia francesa obtidos pela CNN, eles começaram a se comunicar com os sequestradores do lado de fora do corredor onde estavam por celular.
Os terroristas ameaçaram executar os prisioneiros, a menos que recebessem um documento assinado prometendo que a França deixaria os territórios muçulmanos. Pouco depois da meia-noite, a RAID invadiu o local onde estavam dentro do Bataclan, resgatando todos os reféns com vida.
Os terroristas foram mortos a tiros pela polícia. Ao menos um deles conseguiu detonar seu colete.
Após o ataque, a cidade de Paris se uniu em luto e na luta contra o terrorismo. Cidadãos visitaram locais como o Bataclan e alguns bistrôs e cafés, oferecendo flores, velas e mensagens de condolências. O lema “fluctuat nec mergitur”, que significa “ela é castigada pelas ondas, mas não afunda”, apareceu na Torre Eiffel e em diversos outros locais.
Nos dias seguintes aos atentados, aviões de combate franceses bombardearam alvos do Estado Islâmico em Raqqa, na Síria, e o país lançou seus primeiros ataques aéreos a partir de um porta-aviões contra o grupo. As investigações e prisões levaram à captura de Salah Abdeslam, o único sobrevivente do grupo, e à detecção de outros suspeitos na Bélgica e na Alemanha.
Os vereditos foram proferidos em 4 de novembro de 2019. A data marca o fim de uma longa investigação e a conclusão de um capítulo sombrio na história da França.
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