Rodrigo Hernández assume presidência de Honduras com apoio americano e controvérsias. Ex-presidente Juan Orlando Hernández é indultado e condenado nos EUA
O empresário e político da direita, eleito presidente de Honduras, enfrenta o estigma associado ao Partido Nacional, partido que teve um ex-mandatário preso por acusações de narcotráfico. Apesar disso, ele foi escolhido como um “aliado” contra os “narco-comunistas”, marcando o retorno da direita ao poder no país.
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A eleição foi impulsionada pelo apoio do mandatário americano, que pressionou os hondurenhos a votar no candidato e concedeu indulto ao ex-presidente Juan Orlando Hernández, do mesmo partido. “O único verdadeiro amigo da liberdade em Honduras é ‘Tito’ Asfura,” afirmou Trump, poucos dias antes da votação.
Asfura, de 67 anos, com um estilo simples, lidera o Partido Nacional (PN) de volta ao poder. Ele venceu por uma margem pequena o candidato de direita Salvador Nasralla, do Partido Liberal (PL), segundo a apuração turbulenta das eleições de 30 de novembro.
Ele assumirá o poder em 27 de janeiro, após uma candidatura malsucedida em 2021, quando foi derrotado pela atual presidente de esquerda Xiomara Castro. Trump ameaçou cortar a ajuda para Honduras, um dos países mais pobres da América Latina, se Asfura não fosse o vencedor.
O presidente eleito agradeceu o apoio e lembrou que dois milhões de hondurenhos vivem nos Estados Unidos, principal parceiro comercial do país.
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Durante a campanha, ele insistiu na necessidade de “salvar a democracia”. “É agora ou nunca”, repetiu nos comícios.
Asfura afirma que lidera um partido “renovado” e nega vínculos com Hernández (2014-2022), que foi extraditado e condenado, em 2024, a 45 anos de prisão nos Estados Unidos.
“Cada um responde por seus atos”, disse Asfura durante a campanha. Após a intervenção de Trump, no entanto, ele afirmou que o indulto pode trazer “tranquilidade à família” do ex-presidente.
Acusações Asfura estudou Engenharia Civil na Universidade Nacional, mas abandonou o curso para fundar uma empresa que se transformaria em um dos maiores grupos de construção do país. Filho de imigrantes palestinos, nasceu em 8 de junho de 1958 em Tegucigalpa, cidade da qual foi prefeito por dois mandatos, de 2014 a 2022.
Ele construiu pontes, túneis e outras obras de infraestrutura para descongestionar a cidade, de mais de um milhão de habitantes. Sua trajetória empresarial e política está marcada por suspeitas de corrupção. Ele foi acusado de suposto desvio de recursos municipais, mas o Supremo Tribunal decidiu não levar o caso a julgamento.
Também foi citado no escândalo “Pandora Papers” por possuir empresas offshore registradas no Panamá para suposta evasão de impostos. “Não devo, não temo. Não tenho nada a esconder”, insiste.
Em seus discursos, ele promete “trabalho e mais trabalho”, desenvolver infraestruturas e atrair investimentos para gerar empregos. Também expressou disposição de se aproximar de Taiwan, depois que Xiomara Castro estabeleceu relações com a China em 2023.
Com informações da AFP Publicado por Nícolas Robert
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