Associações empresárias alemãs expressam frustração com adiamento do acordo UE-Mercosul, alertando sobre impacto na competitividade da Europa
As associações empresariais alemãs, representando a maior economia da Europa, manifestaram profunda decepção e frustração com o novo adiamento da assinatura do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, originalmente previsto para janeiro.
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A situação gerou preocupações sobre a imagem da Europa como um ator relevante no cenário geoestratégico global.
Tanja Goenner, diretora administrativa da associação industrial BDI, instou os estados membros da União Europeia a superarem suas divergências internas e priorizarem a competitividade da Europa. A situação exige uma abordagem focada nos interesses gerais da região, em vez de considerações particulares.
A associação da indústria automobilística alemã, VDA, ecoou esse apelo. A presidente da VDA, Hildegard Mueller, ressaltou que a UE está enviando um sinal de fraqueza em um momento crucial para a economia europeia, onde a força da Europa é fundamental.
Hildegard Mueller alertou que a UE corre o risco de comprometer sua credibilidade como parceira de negociação em acordos comerciais, caso não se concretizem novos acordos após mais de duas décadas de negociações com o Mercosul.
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O pacto comercial com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, que tem sido construído há 25 anos, representaria o maior acordo da UE em termos de redução de tarifas. No entanto, a assinatura do acordo enfrenta resistência, com a França e a Itália expressando preocupações sobre o potencial influxo de commodities baratas que poderiam prejudicar a agricultura europeia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enfatizou a importância dos acordos de livre comércio como instrumentos para diversificar as relações econômicas e construir autonomia estratégica, especialmente diante do protecionismo adotado pelos Estados Unidos.
A situação reflete a necessidade de a Europa se posicionar como um parceiro confiável no comércio internacional.
Volker Treier, chefe de comércio exterior da Câmara de Comércio Alemã DIHK, destacou que cerca de 85% das exportações europeias para os países do Mercosul estão sujeitas a tarifas, gerando custos adicionais de aproximadamente 4 bilhões de euros por ano.
A conclusão do acordo poderia impulsionar as exportações da UE em até 39% até 2040.
Dirk Jandura, presidente da associação comercial BGA, questionou a compreensão da Europa sobre os riscos envolvidos. Ele enfatizou que o momento não é adequado para “simbolismo e manobras políticas”, mas sim para ações que promovam a estabilidade e o crescimento econômico.
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