Associações do setor energético alertam sobre emenda que muda classificação de gasodutos e reforma do mercado de botijões. Medida Provisória precisa ser aprovada até fevereiro de 2026
Uma carta conjunta foi publicada em 17 de dezembro de 2025 por diversas associações do setor de energia, incluindo a Associação de Empresas de Transporte de Gás Natural por Gasoduto, o Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis, a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres, a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro e a Associação Brasileira da Indústria Química.
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A carta expressa preocupações sobre uma emenda proposta que altera a classificação de gasodutos no Brasil.
As associações argumentam que a classificação de gasodutos não é apenas uma questão terminológica, mas sim fundamental para definir as regras de regulação, fiscalização, acesso às redes e segurança para investimentos. A Constituição brasileira estabelece uma divisão clara de competências entre a União e os estados, com a União detendo a responsabilidade sobre atividades estruturantes da indústria do gás, como o transporte, que é considerado de interesse geral.
A emenda em questão propõe a remoção de um inciso do artigo 7º e a inclusão de um parágrafo que permitiria que cada estado adote critérios próprios para a classificação dos gasodutos. As associações temem que isso possa gerar insegurança jurídica, aumento do risco regulatório, judicialização e elevação do custo de capital, impactando negativamente os investimentos e a integração das malhas de gás.
Além disso, a carta aborda a reforma do mercado de botijões, que tem sido discutida há anos no Congresso Nacional. A proposta da ANP de permitir o uso de um mesmo vasilhame por diferentes marcas é vista pelas associações como essencial para ampliar a concorrência no setor de GLP.
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No entanto, as distribuidoras, representadas pelo Sindigás, se posicionam contra a reforma, alegando que detêm a propriedade dos botijões em circulação e que o fim da exclusividade poderia gerar concorrência desleal.
A Medida Provisória 1.313, que trata da reforma do mercado de botijões, precisa ser aprovada pelo Congresso até 11 de fevereiro de 2026 para não perder a validade. O programa Gás do Povo, que entrou em vigor em novembro, com a expectativa de beneficiar cerca de 46 milhões de pessoas, está sendo acompanhado de perto.
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