BDA lança diretrizes com 59 recomendações para tratamento da constipação crônica. Estudo de 75 ensaios clínicos aponta psyllium, kiwi e pão de centeio como aliados
Por muito tempo, o tratamento da prisão de ventre se concentrou em conselhos genéricos, como aumentar o consumo de água e fibras. No entanto, para aqueles que sofrem de constipação crônica, persistente por semanas ou meses, essa abordagem nem sempre é eficaz.
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A condição pode impactar negativamente o sono, o humor, a produtividade e a qualidade de vida. Em outubro, a Associação Britânica de Nutricionistas e Dietistas (BDA) publicou um documento abrangente, fruto de uma análise detalhada de 75 ensaios clínicos, revisões sistemáticas e meta-análises, com 59 recomendações dietéticas práticas.
O documento se distancia de recomendações amplas e busca identificar alimentos e suplementos que realmente oferecem benefícios para o intestino. A nutricionista Gláucia Amaral Santana, coordenadora de Nutrição do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) – Iris Rezende Machado, destaca que as diretrizes “agrupam intervenções com evidências sólidas, auxiliando na condução dos casos trazendo mais especificidade dos principais aliados no combate à constipação crônica”.
O psyllium, uma fibra solúvel derivada da casca da semente da planta Plantago ovata, emerge como o “padrão-ouro” entre os suplementos de fibra, especialmente quando consumido em doses de pelo menos 10g por dia com frequência. “O psyllium forma um gel no intestino, aumenta o volume das fezes e melhora a consistência, facilitando a evacuação e reduzindo o esforço”, explica Santana.
O kiwi também se destaca. A BDA recomenda o consumo de duas unidades por dia, durante no mínimo quatro semanas, devido à combinação de fibras solúveis e enzimas que estimulam o trânsito intestinal, além de fornecer vitamina C e antioxidantes. “Quando consumido com regularidade, o kiwi apresenta resultados semelhantes ao psyllium, auxiliando na melhora da frequência intestinal”, pondera a nutricionista.
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O pão de centeio também é recomendado, devido ao seu teor de fibras solúveis e fermentáveis, que aumentam o volume das fezes e estimulam a flora intestinal. No entanto, as diretrizes alertam que as doses estudadas (cerca de seis a oito pães por dia) podem ser difíceis de alcançar para a maioria das pessoas.
O magnésio, presente em verduras de folhas escuras, leguminosas, nozes, grãos integrais, abacate e peixes, também é considerado um aliado importante. No entanto, para atingir as doses estudadas, a suplementação pode ser necessária, sempre sob orientação profissional.
O óxido de magnésio e as águas minerais com alto teor de magnésio e sulfato também demonstraram bons resultados. “Em doses adequadas, o sulfato de magnésio tem efeito osmótico, puxando água para dentro do intestino, amolecendo as fezes e facilitando a evacuação”, explica Santana.
Além das recomendações dietéticas, a prática de exercícios físicos, o sono regular e a evitação de produtos ultraprocessados são essenciais para um intestino saudável. Em caso de dúvida, consulte um profissional especializado.
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