Arraial: evento celebra povos indígenas do Nordeste

A obra é iluminada pelas irmãs Iara e Íris Campos, com elementos rituais e criatividade pós-colonial.

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(Imagem de reprodução da internet).

No sábado (6), no Centro Cultural Fiesp, em São Paulo, será realizado o espetáculo Arreia, que celebra a luta e a cultura dos povos originários do nordeste brasileiro. A apresentação, sob a direção de Mestre Paulinho Sete Flexas, conta com as irmãs Iara e Éris Campos e se fundamenta no estudo das ritualidades e processos criativos pós-coloniais, a partir do corpo do brincalhão Caboclinho Sete Flexas do Recife, agremiação que as artistas integram há 23 anos.

O Caboclinho pernambucano é uma das manifestações populares mais tradicionais do estado, com forte influência religiosa afro-indígena-brasileira e representatividade das culturas indígenas do Nordeste, estando enraizado no culto à Jurema Sagrada.

É uma brincadeira que resguarda a memória dos povos originários daquela região. Uma brincadeira que acontece no estado de Pernambuco com muita intensidade, mas também acontece no estado da Paraíba, em Alagoas, no Rio Grande do Norte e tem até registros dela em Minas Gerais. A memória dessas narrativas dos povos originários, as guerras contra o colonizador, os ritos e festejos desses povos que habitam e habitaram essa região do litoral nordestino e também do interior, explica a atriz de Arreia, Iara Campos.

Em 2016, a manifestação foi reconhecida pelo Iphan como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A criação se inspira no universo dos sonhos para narrar as histórias existentes na brincadeira e representa a retomada da identidade e do reconhecimento ancestral de Iara e Iris.

Iara relata que o fundador da marca, mestre Zé Alfaiate, faleceu em 2016, desenvolveu a agremiação em homenagem ao Caboclo Sete Flechas, a quem venerava, como forma de gratidão após a cura de seu filho. Em um sonho, o Caboclo apareceu ao mestre e solicitou a criação de um brinquedo em sua memória.

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“A partir desse sonho, a gente pauta Arreia. Nessa cosmologia, do entendimento sobre a comunicação com os sonhos e essas narrativas desses povos originários”, ressalta a atriz.

A temporada de Arreia se apresenta no Centro Cultural Fiesp, na Avenida Paulista, nos dias 6, 7, 13, 14, 20 e 21 de setembro. Sábados às 20h30 e domingos às 19h30.

Além das apresentações na capital, Arreia fará uma apresentação na cidade de Santa Rita da Baixa Verde, no dia 11 de setembro, às 14h, na unidade do Sesi Santa Rita; e em Cosmópolis, no dia 18 de setembro, também às 14h, no Centro Cultural Sesi Cosmópolis.

Todas as apresentações são gratuitas e abertas ao público. A classificação é livre.

Fonte por: Brasil de Fato

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