Reabilitação diplomática: Arábia Saudita se torna parceira estratégica dos EUA, impulsionada pela competição de grandes potências
Nos últimos três anos, a política externa dos Estados Unidos passou por uma notável reviravolta, com a Arábia Saudita emergindo como um parceiro estratégico fundamental. O que começou com uma postura de isolamento do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, prometido como um “pária”, transformou-se em uma reabilitação diplomática que redefiniu as relações bilaterais.
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A visita do príncipe herdeiro ao Salão Oval, onde foi recebido com defesa enfática pelo então presidente Donald Trump, revelou a verdadeira história dessa mudança de paradigma.
A administração Trump, em particular, desempenhou um papel crucial na reabilitação da Arábia Saudita, superando as tensões e a pressão interna para aprofundar as relações com um reino que oferece investimentos significativos nos EUA e mantém laços comerciais com sua família.
Essa reviravolta diplomática não apenas alterou a dinâmica regional do Oriente Médio, mas também refletiu a crescente influência do príncipe herdeiro e sua habilidade em navegar pelas rivalidades entre as grandes potências em seu benefício.
Um dos momentos mais significativos dessa reabilitação foi a facilitação da normalização das relações entre a Arábia Saudita e Israel. Anteriormente, o governo Biden havia insistido que qualquer acordo abrangente entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita só poderia avançar se todos os três componentes – acordos bilaterais de defesa e comércio, normalização saudita com Israel e um compromisso israelense com um caminho para um – progredissem em conjunto.
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No entanto, com Israel rejeitando a perspectiva de um Estado palestino e a Arábia Saudita se recusando a flexibilizar sua posição, a estrutura do acordo estagnou.
O governo Trump parece ter desvinculado esses componentes, concedendo a Riad a maior parte do que há muito tempo buscava em termos de defesa, economia e segurança regional. A venda de caças F-35 “muito similares” aos operados por Israel e a assinatura de um novo Acordo de Defesa Estratégica são exemplos concretos dessa mudança de foco.
Além da normalização com Israel, a Arábia Saudita tem buscado expandir suas parcerias de defesa, reconhecendo a importância de diversificar seus laços de segurança. O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman tem trabalhado para remodelar o panorama de segurança do Oriente Médio, buscando garantias de proteção além dos Estados Unidos.
A busca por parceiros de defesa se intensificou com a crescente competição entre grandes potências, com a Arábia Saudita buscando se posicionar como um ator central nesse cenário. A reaproximação gradual com Pequim, culminando na reaproximação entre Arábia Saudita e Irã na capital chinesa em março de 2023, demonstra a estratégia de diversificação de alianças do reino.
Análises recentes apontam que a relação EUA-Arábia Saudita é agora mais impulsionada pela competição entre grandes potências do que pela normalização com Israel. A Arábia Saudita tornou-se um parceiro estratégico fundamental na competição dos EUA com a China, com a convergência estratégica em curso entre Washington e Riad sendo sustentada pelo papel que o reino pode desempenhar no apoio aos EUA em setores cruciais para a competição americana com a China.
A busca por garantias de segurança se intensificou com a crescente competição entre grandes potências, com a Arábia Saudita buscando se posicionar como um ator central nesse cenário.
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