Indústria Química Brasileira Busca Competitividade para Impulsionar a Soberania Nacional
A indústria química brasileira necessita de maior competitividade para promover o desenvolvimento econômico e social do país, conforme declarado pelo presidente da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), André Passos Cordeiro. O setor enfrenta atualmente concorrência desleal e opera com apenas 64% da sua capacidade instalada. O seminário “Indústria química como pilar econômico da soberania nacional”, promovido pelo Poder360 com apoio da Abiquim, ocorreu em Brasília.
Fatores que Afetam a Competitividade do Setor
André Passos Cordeiro destacou que potências como China e Estados Unidos se destacam globalmente devido à consolidação de suas economias. A dependência de outras economias diminui a soberania e a capacidade de influência no cenário internacional. O setor químico é fundamental para toda a cadeia produtiva, fornecendo matérias-primas para setores como automobilístico, tintas, construção civil e aeroespacial, impactando diretamente na renda e na redução das desigualdades sociais.
Propostas para Melhorar a Situação
O presidente da Abiquim enfatizou a necessidade de reduzir o custo dos insumos e criar condições de competição equivalentes às dos concorrentes internacionais. A aprovação do PL 892/2025, que propõe um regime de incentivos estruturais com foco em sustentabilidade, inovação e competitividade, é vista como crucial. O Presiq (Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química), previsto no PL, visa modernizar e tornar a indústria química brasileira sustentável.
Principais Componentes do Presiq
O Presiq inclui a substituição do antigo regime de incentivos (Reiq) por um sistema de créditos fiscais condicionados a investimentos e ao cumprimento de metas de descarbonização e sustentabilidade. Até 5% sobre insumos utilizados na produção, com foco em matérias-primas menos poluentes como gás natural, e até 3% sobre novos investimentos industriais, mediante aprovação de projetos alinhados às diretrizes do programa. A previsão é de até R$ 4 bilhões em créditos para empresas habilitadas na modalidade industrial, e até R$ 1 bilhão na modalidade investimento. Além disso, o programa promove a inovação e a química verde, com foco no uso de bioinsumos e tecnologias de baixo carbono, buscando uma redução de 30% das emissões de CO₂ por tonelada produzida e a neutralidade de carbono até 2050.
Participantes do Seminário
O seminário contou com a participação de Carlos Zarattini, deputado (PT-SP) e relator do PL 892/2025, André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, Afonso Motta, deputado (PDT-RS) e autor do PL do Presiq, Kiko Celeguim, deputado (PT-SP), Julio Lopes, deputado (PP-RJ), Jorge Villanueva, vice-presidente Brasil da Alpek Polyester, e Paulo Guimarães, diretor-presidente da BahiaInveste. O evento foi mediado pelo editor sênior do Poder360, Paulo Silva Pinto.