Ana Maria Gonçalves se torna a 13ª mulher a ocupar cadeira na Academia Brasileira de Letras
Na noite desta sexta-feira (7), a escritora Ana Maria Gonçalves iniciou seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, marcando um momento histórico para a instituição. A cerimônia, realizada na sede da instituição, contou com palmas emocionadas e homenageou as raízes e a ancestralidade da autora de “Um defeito de cor”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A posse da escritora, que se tornou a 13ª mulher a ocupar uma cadeira na ABL, também celebrou a diversidade e a inclusão, temas centrais em seu discurso.
Primeiros Momentos e Reconhecimento
A cerimônia começou com a saudação de Ana Maria Gonçalves, que expressou sua gratidão à sua ancestralidade, citando fontes inesgotáveis de conforto, fé, paciência e sabedoria. A escritora relembrou a trajetória dos ocupantes anteriores da cadeira 33, destacando figuras como Domício da Gama e Evanildo Bechara, e reconheceu a importância do legado intelectual de Bechara, especialmente sua obra “Moderna Gramática Portuguesa”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
História da Academia Brasileira de Letras
Ana Maria Gonçalves resgatou a história da exclusão feminina na ABL, mencionando a candidatura vetada de Amélia Beviláqua em 1930 e as pioneiras que vieram depois da mudança do estatuto, como Rachel de Queiroz, Lygia Fagundes Telles e Nélida Piñon.
A escritora enfatizou que a entrada dela representa a continuidade de um processo de reconstrução do imaginário sobre o que representa a diversidade na instituição.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
LEIA TAMBÉM!
Diversidade e Inclusão
A escritora refletiu sobre a presença negra na Academia Brasileira de Letras, destacando o longo período em que o acadêmico Domício Proença foi o único negro na ABL e a negritude de Machado de Assis que lhe foi negada. Ana Maria reconheceu o papel das candidaturas de Conceição Evaristo e Ailton Krenak no debate sobre diversidade, que contribuiu para que a Academia se olhasse no espelho e percebesse a necessidade de representar todas as línguas faladas pelo povo brasileiro.
Conclusão
Ao assumir um compromisso com a diversidade e a abertura da Casa, Ana Maria Gonçalves afirmou que sua missão é promover a inclusão na ABL, abrir suas portas ao público e ampliar o empenho na divulgação e promoção da literatura brasileira. A escritora citou pensadoras negras como Neusa Santos e Chimamanda Adichie, reafirmando o papel da literatura na reconstrução de identidades.
A cerimônia contou com a presença de figuras importantes da cultura brasileira, como Gilberto Gil e Lázaro Ramos, que elogiaram o trabalho da escritora e a importância de sua chegada à ABL.
