Ambientalistas atacam licença de exploração na Margem Equatorial

Petrobras anuncia exploração de 5 meses após confronto entre áreas do governo e ambientalistas.

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Ambientalistas manifestaram forte crítica à decisão do Ibama, divulgada na segunda-feira (20.out.2025), de autorizar a perfuração de um poço exploratório em águas profundas do Amapá, na região da Margem Equatorial. O desfecho representa um conflito entre os setores ambiental e energético do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Preocupações com a Imagem do Brasil

Especialistas alertam que a decisão pode prejudicar a imagem do Brasil, em um momento crucial, apenas 20 dias antes da COP30, que ocorrerá em Belém, no Pará. A coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, destacou que a licença para o bloco de petróleo “traz graves prejuízos sob duas perspectivas”.

Questionamento Legal e Impacto Climático

Araújo enfatizou que a licença é considerada uma “sabotagem à agenda climática”, pois é vista como o início de uma série de permissões na Foz do Amazonas e na margem equatorial. A especialista defendeu que a decisão deve ser contestada na Justiça Federal, questionando a legitimidade dos negociadores brasileiros na COP30, especialmente em relação à pauta de eliminação gradual dos combustíveis fósseis.

Críticas do Greenpeace e do Instituto Talanoa

Mariana Andrade, coordenadora da frente de Oceanos do Greenpeace Brasil, criticou a decisão, afirmando que o Brasil “se veste de verde no palco internacional, mas se mancha de óleo na própria casa”. O Instituto Talanoa também se manifestou, apontando que a decisão contrasta com as evidências da Agência Internacional de Energia (IEA), que indica que não há necessidade de abrir novos campos de petróleo em um cenário alinhado com o limite de 1,5 °C de aquecimento global.

Próximos Passos do Projeto

Após a emissão da licença de operação, a Petrobras iniciará a perfuração do poço, com duração estimada em 5 meses, visando coletar dados geológicos e avaliar a viabilidade econômica da área. Caso os resultados sejam positivos, o projeto poderá avançar para a instalação de unidades de produção e outras sondagens.

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