Estudo na Nature aponta maior depósito de âmbar da América do Sul, com fósseis de insetos e plantas de 100 milhões de anos.
Uma pesquisa publicada na Revista Nature, no final de setembro, revelou a descoberta do maior depósito de âmbar da América do Sul. O achado representa um avanço significativo no estudo de Gondwana, o antigo supercontinente.
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O material foi encontrado no Equador, na região amazônica de Napo, e consiste em resina de árvores que contém insetos fossilizados com aproximadamente 112 milhões de anos. Essa descoberta amplia o conhecimento sobre a configuração geográfica de Gondwana, que unia América do Sul, África, Austrália e Antártida.
A pesquisa oferece dados inéditos sobre a biodiversidade e o clima tropical durante o período de auge dos dinossauros. Revela que, enquanto o nordeste do Brasil apresentava um clima árido na mesma época, o oeste do continente abrigava florestas úmidas e ricas em vida.
O âmbar é uma resina de árvore fossilizada, de cor amarela alaranjada. A popularização do material ocorreu em 1993, com o lançamento do filme Jurassic Park, de Steven Spielberg, que apresentou a ideia de encontrar DNA de dinossauros em âmbar.
O âmbar encontrado se originou da resina de árvores da família Araucariaceae, ancestrais das atuais araucárias. Ele permaneceu preservado por milhões de anos em rochas ricas em petróleo, que o protegeram da decomposição. O material formado nas raízes das árvores não apresenta inclusões biológicas, enquanto o material formado nos galhos e troncos contém fósseis de insetos e fragmentos vegetais.
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Foram encontrados 21 fósseis, incluindo moscas, besouros, vespas, insetos aquáticos e um fragmento de teia de aranhas. A presença de folhas, pólen e esporos de samambaias, coníferas e as primeiras angiospermas (plantas com flores) sugere um ambiente úmido, com rios e lagos próximos às árvores.
O material do âmbar coletado será preservado no Laboratório de Paleontologia da Escuela Politécnica Nacional, em Quito. Novas escavações na Formação Hollín devem revelar espécies inéditas de insetos e plantas. Os pesquisadores não planejam trazer espécies de volta à vida, mas esperam comparar o ecossistema equatoriano com outros depósitos de Gondwana, como os da Antártida, África e Austrália.
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