Aliança LGB busca destaque no movimento LGBTQIA+ e enfrenta críticas da Antra. Organização busca foco em lésbicas, gays e bissexuais, gerando controvérsias
Um novo coletivo, a Aliança LGB, está buscando se diferenciar dentro do movimento LGBTQIA+, gerando debates e controvérsias. A organização, que engloba orientações sexuais e identidades de gênero, se distancia de parte da sigla, buscando uma abordagem mais focada em questões relacionadas a lésbicas, gays e bissexuais.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Essa distinção conceitual, segundo seus membros, visa evitar a “confusão política e apagamento das experiências” de grupos específicos.
Fundada no Brasil em 2023, a Aliança LGB, que reúne cerca de 50 integrantes, surgiu em um cenário político que, na época, não era favorável à consolidação de uma entidade independente voltada para questões relacionadas a gays, lésbicas e bissexuais.
A organização se filiou à LGB Internacional, que reúne 14 organizações filiadas em outros países, incluindo Brasil, Estados Unidos e Taiwan. O grupo britânico, anunciado em 20 de setembro, afirma que seu objetivo é “defender direitos civis e a liberdade de expressão, promover o diálogo institucional e garantir que políticas públicas sejam pautadas por evidências e pela realidade material do sexo e não por ideologias subjetivas de gênero”.
A Aliança LGB enfrenta críticas, principalmente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), que considera a organização “importa para o Brasil iniciativas de segregação”. A Antra argumenta que a Aliança representa uma estratégia segregacionista que visa marginalizar pessoas trans.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A deputada PDT-MG, que atua em prol da causa LGBTQIA+, também questiona se o grupo está tentando “naturalizar” a transfobia dentro do movimento.
A Aliança LGB se defende, afirmando que o distanciamento do restante da sigla se deve a um “acúmulo teórico e prático” sobre a definição do que é gênero. O grupo também menciona “vantagens” de pessoas trans, referindo-se a “fenômenos institucionais e simbólicos observáveis”, como a adoção de vagas reservadas em universidades.
A Aliança argumenta que a defesa de espaços próprios fortalece o movimento e que a clareza é essencial para a elaboração de políticas públicas eficazes.
Virginia Machado, professora de Direito Constitucional, alerta que a ruptura no movimento pode levar à criação de mais camadas que precisam ser atingidas por políticas públicas, potencialmente enfraquecendo as demandas. No entanto, a Aliança LGB se mantém firme em sua posição, defendendo a importância de espaços próprios para garantir os direitos mínimos de pessoas trans e de outras orientações sexuais e identidades de gênero.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!