Deputado Alfredo Gaspar solicitou que piloto ligasse para amigo durante sessão da CPI do INSS para evitar convocação.
O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), conduziu um interrogatório por meio de viva voz na terça-feira, 28 de outubro de 2025. O alvo da oitiva foi o piloto Henrique Traugott Binder Galvão.
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Durante a sessão, o parlamentar solicitou que Galvão entrasse em contato telefônico com o piloto Leandro Almeida, com o objetivo de evitar a convocação formal da comissão.
Galvão é apontado como piloto de dois aviões de pequeno porte ligados à Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais), entidade investigada pela CPMI por supostos descontos irregulares em benefícios previdenciários.
O relator explicou que a iniciativa visava obter informações de forma imediata, sem a necessidade de uma nova convocação formal.
A conversa, transmitida em tempo real para os integrantes da CPMI, durou aproximadamente sete minutos. Durante a ligação, Leandro Almeida relatou que o avião pilotado por Galvão estava à disposição da Conafer, responsável pelo pagamento dos pilotos.
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Almeida afirmou ainda que realizou voos para o (Republicanos-MG) em outra aeronave, que posteriormente foi vendida para Vinícius Ramos, presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT) — organização não governamental com sede em Brasília que, segundo apuração da comissão, é ligada à Conafer.
O episódio foi registrado em ata e considerado uma forma de obter informações de forma imediata, sem necessidade de nova convocação. Integrantes da CPMI acompanharam a conversa e tomaram nota das declarações prestadas pelo piloto durante a chamada.
Na segunda-feira, 27 de outubro, Alfredo Gaspar havia mencionado a possibilidade de convocar Euclydes Pettersen para depor na CPI do INSS. O deputado mineiro vem sendo citado na comissão por supostas ligações com Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança, Planejamento e Inovação do INSS, e por ter destinado R$ 2,5 milhões em emendas parlamentares ao ITT.
A CPMI do INSS investiga um esquema de fraudes e desvios em benefícios previdenciários, com indícios de participação de servidores e intermediários privados. A Conafer e o ITT são apontados pela comissão como entidades que teriam sido usadas para operar repasses e descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
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