Alexandre de Moraes critica falta de controle em operação que ceifou 121 vidas no Rio

Ministro Alexandre de Moraes investiga desequilíbrio em inquérito sobre operação que ceifou 121 vidas em 28 de outubro. ADPF das Favelas busca evitar abusos em operações no Rio

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(Imagem de reprodução da internet).

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, chamou atenção em uma audiência desta quarta-feira, 5 de novembro de 2025, em relação a um desequilíbrio entre o inquérito policial e o desdobramento de uma operação que resultou em 121 mortes em 28 de outubro.

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A informação foi divulgada pela deputada estadual Dani Monteiro (Psol-RJ), que participou da reunião com Moraes e entidades de direitos humanos na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) conhecida como “ADPF das Favelas”. A ação, julgada em abril, visa conter violações em operações policiais e evitar abusos contra direitos humanos em comunidades do Rio de Janeiro.

Processo de Escuta e Perícias

O encontro de aproximadamente duas horas, com a presença de 29 representantes de organizações de direitos humanos, permitiu que cada participante tivesse cinco minutos para se manifestar. A principal ênfase foi dada à importância das perícias, ao funcionamento da polícia técnico-científica e à elucidação dos casos.

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Também foram reforçados os pontos da ADPF que não foram cumpridos, como a falta de socorro às vítimas e a ausência de controle do Ministério Público sobre a atuação policial durante a operação.

Preocupações com Confiança no MPRJ

A advogada e professora da UFRJ, Luciana Boiteux, expressou preocupação com o que classificou como “excesso de confiança” no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que teria colaborado com o planejamento da operação.

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Boiteux destacou a lógica repetitiva em outras ocorrências, com ausência de investigação efetiva, falta de perícia independente e uma política que não resolve os problemas dos territórios, promovendo, em vez disso, a matança sem resultados positivos para a população.

Reunião e Decisões do Governo do Rio

O governador do Rio de Janeiro, (PL), teve uma reunião com o ministro Alexandre de Moraes no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) no Rio, em 3 de novembro. A reunião foi fechada para a imprensa.

Castro juntou aos autos do processo a sua resposta formalizada aos questionamentos do ministro.

O documento afirma que, segundo Moraes, há situações em que “se faz extremamente necessário, para a segurança dos cidadãos e do próprio agente estatal, o uso da força e de armas de fogo”.

O julgamento da ADPF das Favelas começou em novembro de 2024, com leitura do relatório e sustentações orais, tendo sido iniciado em fevereiro deste ano, mas suspenso após o voto do então relator, Edson Fachin.

Moraes defendeu o uso da força em operações policiais no Rio, em 5 de fevereiro.

Em 3 de abril, após conversas entre os magistrados, não houve a leitura dos votos pelos 11 ministros, mas sim de apenas um voto conjunto.

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