Alejo Blasco: Dinheiro “Invisível” Simplifica Transações Globais em 2026

Alejo Blasco analisa como o dinheiro está mudando com o surgimento de stablecoins e sistemas como o Pix. Em 2026, espera-se consolidação com moedas digitais de bancos centrais e inovação no mercado privado

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Por Alejo Blasco* Durante anos, discutir transações financeiras internacionais envolvia desafios significativos. Questões como taxas de câmbio, horários bancários, intermediários, e a imprevisibilidade de prazos, tornavam o movimento de valor entre países uma atividade complexa, restrita a grandes empresas ou indivíduos com tempo e paciência.

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Essa situação começou a mudar gradualmente a partir de 2025.

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O Surgimento de um Dinheiro “Invisível”

O que está emergindo não é apenas um sistema financeiro mais rápido, mas um dinheiro que opera de forma mais discreta. Essa nova forma de dinheiro funciona sem que o usuário precise se preocupar com moedas, fronteiras ou a infraestrutura subjacente.

A experiência do usuário se torna simplificada, com a complexidade escondida nos processos de back-end.

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O Papel das Stablecoins

Uma parte crucial dessa transformação reside na ascensão das stablecoins. Criptomoedas atreladas a moedas fiduciárias, como o dólar, deixaram de ser apenas instrumentos do mercado cripto, tornando-se uma espécie de linguagem comum no mundo digital.

Essas criptomoedas operam 24 horas por dia, liquidam transações em minutos (ou segundos) e conectam sistemas que antes não se comunicavam entre si. É como se as stablecoins desempenhassem um papel semelhante ao do protocolo TCP/IP na internet: não são visíveis para o usuário final, mas viabilizam todas as operações que ocorrem por cima.

O Pix como Exemplo no Brasil

O Brasil oferece um exemplo claro dessa nova lógica com o Pix. Em poucos anos, o sistema se tornou o principal meio de pagamento no dia a dia, substituindo o dinheiro físico, boletos e cartões em muitas situações. O Pix demonstrou que, quando a infraestrutura é bem projetada, o comportamento do consumidor muda rapidamente.

Conexão Global e Novas Experiências

O próximo passo é conectar esse trilho local a uma camada global. Já existem experiências em que um usuário fora do Brasil pode pagar um produto ou serviço brasileiro utilizando saldo em moeda estrangeira ou dólar digital, sem a necessidade de abrir uma conta local ou passar por processos bancários tradicionais.

Algumas plataformas exploram essa interseção, permitindo que o usuário veja um pagamento local, enquanto a infraestrutura global baseada em cripto realiza a conversão de valor em tempo real.

A Simplificação da Transação Financeira

Este é um ponto central da transformação em curso: a “tradução” de valor acontece nos bastidores. Stablecoins operam como uma ponte entre moedas, enquanto sistemas locais, como Pix, QR Codes, cartões ou transferências, garantem que o dinheiro chegue no formato esperado.

O usuário não precisa saber como isso acontece; ele apenas percebe que a transação funciona. Esse modelo inverte uma lógica antiga do sistema financeiro, onde a complexidade estava na ponta – o usuário precisava entender câmbio, tarifas, prazos e regras.

O Futuro do Dinheiro

Em 2026, espera-se que essa lógica se consolide. Bancos centrais avançam em projetos de moedas digitais, como o Drex no Brasil, enquanto o mercado privado continua inovando com stablecoins e infraestrutura global. A disputa não será entre “cripto” e “sistema tradicional”, mas entre experiências ruins e experiências simples.

No final das contas, o dinheiro do futuro não será aquele que chama a atenção, mas o que desaparece – o que atravessa fronteiras sem alarme, respeita contextos locais e funciona sempre. Quando mover valor globalmente for tão natural quanto enviar uma mensagem no WhatsApp, saberemos que essa transição se completou.

*Alejo Blasco é Head de Marketing na Lemon.

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