Governo Alerta para Paralisação na Indústria Automotiva Brasileira por Falta de Semicondutores
O governo federal reconheceu na terça-feira, 28 de outubro de 2025, que a indústria automotiva brasileira pode enfrentar paralisação em dois ou três semanas devido à escassez de semicondutores. O alerta foi feito pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Uallace Moreira Lima, após uma reunião do presidente em exercício (PSB) com representantes do setor. “Se não houver uma solução nesse curto espaço de tempo, dois ou três semanas, pode haver um processo de paralisação industrial”, afirmou Moreira Lima.
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O secretário destacou a preocupação do governo, considerando que o setor automotivo representa 20% da indústria de transformação e envolve 130 mil empregos diretos e 1,3 milhão de empregos indiretos. A situação é distinta da vivenciada durante a pandemia da COVID-19, onde a interrupção global da produção de semicondutores foi o principal fator.
Atualmente, o problema é específico de um tipo de chip utilizado no setor automotivo.
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A empresa Nexperia, controlada pela chinesa Wingtech Technology, detém 40% da oferta mundial de semicondutores para carros flex, tecnologia predominante no Brasil. Em resposta às restrições impostas pelo governo holandês em 30 de setembro, a China respondeu com restrições às exportações. Não existe outra empresa capaz de operar nessa cadeia produtiva, tornando a negociação com o governo chinês crucial para que o Brasil não seja afetado.
O secretário enfatizou que a prioridade do governo é garantir o fornecimento de chips para os sistemas brasileiros: “O compromisso do Brasil é com a compra de chips para o mercado interno, sem interesse em exportar para outros mercados.”
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LULA CITOU VULNERABILIDADE O presidente (PT) já tinha mencionado a vulnerabilidade do Brasil em relação aos semicondutores durante viagem à Malásia, no sábado (26.out). “É uma coisa que nós precisamos, inclusive para evitar o risco da indústria brasileira terminar ou diminuir a sua produção por falta de chip em qualquer momento de crise nacional“, disse Lula ao destacar o potencial de cooperação com a Malásia no setor.
Na ocasião, Brasil e Malásia firmaram memorando de entendimento sobre semicondutores, unindo a expertise tecnológica do país asiático às necessidades do mercado brasileiro.
