Debate na CNN Arena Revela Divergências sobre a PEC da Segurança Pública
O debate sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, realizado no CNN Arena nesta sexta-feira (3), evidenciou discordâncias significativas entre parlamentares em relação à sua eficácia e possibilidade de aprovação até o final do ano. Os deputados federais Alberto Fraga (PL-DF) e Henrique Vieira (PSOL-RJ apresentaram opiniões distintas sobre o texto em análise na Câmara dos Deputados.
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Alberto Fraga considerou o projeto original enviado pelo governo como “ilusório”, argumentando que não contempla medidas concretas para o combate ao crime organizado. Fraga defendeu a criação de um fundo nacional, o estabelecimento de um piso salarial e a constitucionalização de dotações orçamentárias para a área de segurança.
Henrique Vieira, por outro lado, defendeu a proposta como um avanço necessário, enfatizando a importância da integração nacional no combate ao crime organizado. Vieira ressaltou que o crime organizado se tornou cada vez mais nacionalizado, com infiltrações em estruturas governamentais e políticas, e defendeu uma visão mais abrangente e integrada para lidar com o problema.
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Um ponto de tensão no debate reside na resistência dos governadores dos estados do Sul e Sudeste à proposta. Houve, contudo, apoio dos gestores do Nordeste. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) modificou o texto para garantir a manutenção das competências estaduais, removendo possibilidades de intervenção federal que pudessem comprometer o pacto federativo, conforme destacou Fraga. Ambos os parlamentares concordaram com a importância de preservar as competências dos estados.
Alberto Fraga insistiu na necessidade de reformas mais amplas, especialmente no sistema prisional, argumentando que sem alterações na Lei de Execuções Penais e no Código de Processo Penal, os problemas de segurança persistiriam. Henrique Vieira ressaltou que o combate efetivo ao crime organizado exige medidas que vão além do texto atual, incluindo ações de inteligência e a restrição da rentabilidade das organizações criminosas.
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