O Futuro em Jogo

Al Gore iniciou sua fala em um salão de hotel na Avenida Paulista, em São Paulo, com uma metáfora impactante: “Dizemos que está tudo bem, mas não está”. A cena, que reunia empresários, investidores e representantes internacionais, prenunciava uma análise contundente sobre a crise climática e a urgência de ações concretas.

Uma Crítica Direta à Realidade

O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, figura central na luta contra as mudanças climáticas desde os anos 90, apresentou um cenário alarmante. Segundo ele, a transição para energia limpa está em um estágio crítico e frágil, com o tempo limitado para agir.

A fala ressaltou a necessidade de abandonar a ilusão de que o problema está sendo controlado.

Leia também:

Café: Prejuízos de R$ 8,7 Milhões em Portos Brasileiros em Outubro de 2025

Pecuária Intensiva no Brasil: Crescimento e Inovação Revelados em 2025

Pará prorroga prazos para rastreamento de rebanhos bovinos e búfalos

Impactos e Potencial Econômico

Gore detalhou os impactos já visíveis da crise, como o colapso econômico e social decorrente do calor extremo, que reduziu a produtividade mundial em 1 trilhão de dólares. Contudo, apresentou também uma projeção otimista: a adoção de tecnologias sustentáveis geraria um ganho líquido de 43 trilhões de dólares. “Agir pelo clima é uma necessidade econômica, não um ato de generosidade ambiental”, afirmou.

Brasil: Uma Oportunidade Única

O Brasil foi destacado como um país com vantagens únicas para liderar a transição, incluindo sua matriz elétrica limpa, potencial agrícola e florestal, biodiversidade e capacidade científica. Apesar das recentes tragédias climáticas, como enchentes, secas e deslizamentos, Gore enfatizou que o país possui as condições para se tornar um polo de inovação e desenvolvimento sustentável.

A Importância da Ação e da Mensuração

Al Gore concluiu sua fala com um chamado à ação, ressaltando que a vontade política é um recurso renovável. Ele destacou a importância da mensuração em tempo real das emissões, através de iniciativas como o Climate TRACE, que rastreia 745 milhões de fontes emissoras em todo o planeta. “Só se pode gerenciar o que se mede”, enfatizou.