Agentes Penitenciários: Pesquisa Revela Altos Níveis de Depressão e Saúde Mental

Pesquisa aponta: 10,7% de agentes penitenciários sofrem depressão. Levantamento da Senappen revela desafios de saúde mental e física na área.

2 min de leitura

RJ - GREVE/AGENTES PENITÉNCIÁRIOS/BANGU - GERAL - Movimentação no Complexo de Gericinó, em Bangu, no primeiro dia de paralisação de agentes penitenciários e policiais civis no Rio de Janeiro. Eles reivindicam salários atrasados e melhoria nas condições de trabalho 17/01/2017 - Foto: SEVERINO SILVA/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Agentes Penitenciários e Saúde Mental: Pesquisa Revela Desafios

Uma pesquisa abrangente, realizada entre 2022 e 2024 com mais de 22 mil agentes penitenciários em todo o Brasil, aponta para uma preocupante realidade: pelo menos 10,7% dos profissionais da área diagnosticados com depressão. Os dados, divulgados pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ilustram a complexidade dos desafios enfrentados por esses servidores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além da depressão, a pesquisa revelou que 20,6% dos agentes relataram ter transtorno de ansiedade e 4,2% apresentaram relatos de transtorno de pânico. A investigação, denominada “Cenários da Saúde Física e Mental dos Servidores do Sistema Penitenciário Brasileiro”, contou com a parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O governo federal ressalta a importância estratégica dos mais de 100 mil agentes penitenciários para a segurança pública, apesar da, muitas vezes, invisibilidade de seu trabalho. Os pesquisadores reconhecem que os resultados evidenciam dificuldades relacionadas ao ritmo intenso de trabalho e às exigências emocionais e físicas da atividade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Contudo, o levantamento também demonstra que 15,9% dos servidores se declaram “muito satisfeitos” com o trabalho, enquanto 59,3% se dizem “satisfeitos” com as atividades desenvolvidas. A maioria (50,7%) acredita que a sociedade poucas vezes reconhece o valor do trabalho, e 33% afirmam nunca se sentirem reconhecidos.

Problemas de Saúde Física Também Relatados

Em relação a problemas de saúde física, a pesquisa identificou incidências significativas de obesidade (12,5% dos servidores), hipertensão (18,1%) e doenças ortopédicas (12,3% dos casos). Esses dados reforçam a necessidade de atenção à saúde desses profissionais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

LEIA TAMBÉM!

Diante dos números, o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, enfatizou a urgência de políticas estruturadas de cuidado para a categoria. Ele considera que esses agentes sustentam uma estrutura essencial para a segurança pública e que suas necessidades foram, por vezes, ignoradas.

O diretor de Políticas Penitenciárias, Sandro Abel Sousa Barradas, avaliou que é necessário implementar políticas de cuidado que impactam diretamente o bem-estar, a valorização e o desempenho dos servidores. O objetivo é garantir que cada profissional possa exercer sua função com dignidade e qualidade.

Sair da versão mobile