Advogado é acusado de usar fundos de litígio em caso de Mariana. Despesas de luxo chocam em ação contra BHP. Investigações sobre Goodhead e Gramercy
Uma complexa disputa judicial envolvendo um advogado, de 43 anos, e seu escritório pode ter um impacto significativo na indenização das vítimas da tragédia de Mariana (MG), ocorrida em 13 de novembro de 2015. O advogado, que exercia o cargo de CEO do escritório em agosto, foi acusado de utilizar recursos de fundos de litígio para cobrir despesas pessoais e gastos de luxo no Brasil.
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O escritório, sediado em Londres, está envolvido em uma ação coletiva de 36 bilhões de libras (equivalente a R$ 251,9 bilhões na cotação atual) contra a BHP, uma das mineradoras controladora da Samarco. A situação se agrava com acusações de má gestão financeira e uso indevido de recursos.
Relatos detalham gastos excessivos, incluindo viagens em jatos particulares (mais de 12 vezes entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024), passeios em helicópteros, festas em iates privados (com churrascos e open bar) e hospedagens em hotéis de luxo, como um dos mais caros do Rio de Janeiro.
Além disso, o advogado fez um depósito de quase 40.000 libras em uma pousada vinícola de luxo no Uruguai.
O advogado defende que construiu uma firma de sucesso, enfrentando empresas poderosas, e que a situação é resultado de uma campanha difamatória orquestrada por investidores insatisfeitos. Ele alega que as despesas foram financiadas por empréstimos comerciais, com o conhecimento dos financiadores.
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No entanto, as demonstrações financeiras do escritório indicavam dívidas que superavam 500 milhões de libras, gerando incerteza sobre a continuidade das operações.
A situação é complexificada pelo envolvimento da gestora de investimentos Gramercy, que financiou a ação coletiva em nome das vítimas brasileiras. O modelo de “litigation funding” permite que escritórios processem grandes corporações sem depender de recursos próprios ou das vítimas, em troca de uma parte da indenização em caso de vitória.
A controvérsia em torno das despesas de Goodhead levanta questões sobre a governança e o destino dos recursos.
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