Acordo UE-Mercosul gera tensão na cúpula em Bruxelas. União Europeia e Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) se preparam para acordo comercial de 270 milhões de consumidores
Um acordo comercial entre a União Europeia e os países do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – está gerando grande expectativa e, ao mesmo tempo, tensões. O tratado, resultado de 25 anos de negociações, busca eliminar a maioria das tarifas entre as regiões e promete impulsionar o comércio, mas enfrenta forte oposição de setores da agricultura europeia e sul-americana.
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A cúpula de chefes de Estado e de governo europeus, que acontece nesta quinta-feira (18) em Bruxelas, promete ser um momento crucial para a aprovação do acordo.
O tratado comercial representa uma oportunidade significativa para ambos os blocos econômicos. O mercado sul-americano, com 270 milhões de consumidores, e o mercado europeu, com 450 milhões, oferecem um potencial de crescimento considerável. O acordo visa facilitar a exportação de produtos como automóveis, máquinas, bebidas alcoólicas, chocolate, azeite e queijos da Europa, e permitir a entrada de carne, açúcar, arroz, mel e soja sul-americana na Europa.
Apesar do potencial de crescimento, o acordo tem gerado preocupação entre os agricultores de ambos os lados. No Mercosul, o setor agrícola se beneficiaria do acordo, com exportações de produtos agrícolas e agroalimentares no valor de 23,3 bilhões de dólares (143 bilhões de reais) para a UE em 2024, segundo dados do Eurostat.
Na Europa, os pecuaristas temem perder competitividade, pois os países do Mercosul possuem padrões ambientais e de segurança alimentar menos rigorosos.
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Para tentar acalmar os ânimos, a União Europeia anunciou a criação de um mecanismo para monitorar o impacto do acordo em produtos sensíveis, como carne bovina, aves e açúcar, e a possibilidade de reinstaurar tarifas caso o mercado se torne instável.
No entanto, a aprovação dessas medidas ainda depende de acordo entre os chefes de Estado e de governo europeus, o que pode gerar atrasos na assinatura do tratado.
O acordo conta com o apoio da Espanha, que espera impulsionar as exportações de vinho e azeite, e do chanceler alemão, Friedrich Merz, que promete pressionar seus parceiros a ratificarem o acordo. Por outro lado, França e Itália querem o adiamento da assinatura, com o presidente francês, Emmanuel Macron, alertando que Paris “se oporia fortemente” a qualquer adoção forçada do tratado, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, considerando “prematuro” assiná-lo.
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