ABBC aponta 26,4 milhões de trabalhadores em antecipações; bancos projetam impacto de 80%. Leia no Poder360.
A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) anunciou, na quinta-feira, 23 de outubro de 2025, que as novas regras para o saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) podem dificultar o acesso à linha de crédito de antecipação do fundo.
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Os trabalhadores agora poderão antecipar entre R$ 100 e R$ 500 por saque-aniversário, com a possibilidade de parcelar até 5 vezes, totalizando R$ 2.500. Anteriormente, era possível antecipar o valor integral da conta.
As mudanças incluem a exigência de um intervalo mínimo de 90 dias entre a adesão ao saque-aniversário e a primeira operação de antecipação. Além disso, permite apenas um contrato de antecipação por ano, com um limite máximo de 5 saques-aniversário antecipados em 12 meses. Após esse período, o trabalhador poderá realizar até 3 novas operações a cada 3 anos.
A ABBC estima que 80% dos 26,4 milhões de trabalhadores que realizam antecipações de saque-aniversário serão impactados no acesso a essa linha de crédito. Isso significa que aproximadamente 20 milhões de brasileiros não conseguirão realizar antecipações periódicas.
A situação é agravada pelo fato de que cerca de 74% do público tomador está negativado, o que limita suas opções de crédito, especialmente considerando que o teto de juros da antecipação do saque-aniversário é de 1,79% ao mês.
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A ABBC também destaca que 10 milhões de pessoas que antecipam os recursos do FGTS não estão empregadas, o que impede o acesso ao Crédito do Trabalhador, modalidade que desconta as parcelas no salário do contratante.
A associação enfatiza que a antecipação do Saque-aniversário é uma alternativa de crédito com custos relativamente baixos, utilizada principalmente para quitar dívidas em atraso.
O Conselho Curador do FGTS implementou as novas regras para limitar as antecipações oferecidas pelos bancos. Atualmente, 70% dos recursos do saque-aniversário são destinados a instituições financeiras para quitar operações de antecipação, enquanto 30% ficam com os trabalhadores.
O governo projeta que, com o teto de R$ 500, essa proporção se inverterá, e R$ 84,6 bilhões deixarão de ir para os bancos e serão diretamente repassados aos trabalhadores até 2030.
Inicialmente, os trabalhadores antecipavam junto aos bancos em média 8 anos de saque-aniversário, mas algumas instituições ofereciam o equivalente a 12 anos de saques.
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