A universalização do saneamento na Amazônia poderá resultar em um impacto financeiro de 330 bilhões de reais até o ano de 2040
Uma pesquisa do Instituto Trata Brasil indica que a expansão do acesso à água potável, à coleta e ao tratamento de esgoto gerará efeitos positivos na sa…

A universalização do saneamento básico na Amazônia Legal pode gerar benefícios socioeconômicos de quase R$ 330 bilhões até 2040, conforme estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a Ex Ante Consultoria. O levantamento aponta que a expansão do acesso à água potável, coleta e tratamento de esgoto terá impactos positivos para a saúde da população, produtividade econômica, turismo e preservação ambiental.
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A região abrange nove estados – Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso – com 772 municípios e 26,6 milhões de habitantes (13% da população brasileira). Apesar dos avanços desde 2000, a situação do saneamento na Amazônia Legal permanece preocupante. Em 2022, mais de 9,4 milhões de pessoas não tinham acesso à água tratada e 21,9 milhões não possuíam coleta de esgoto. Apenas 16,8% do esgoto gerado era tratado antes de retornar ao meio ambiente, resultando no descarte anual de 851 milhões de metros cúbicos (m³) de esgoto residencial sem tratamento nos rios da região.
Pesquisadores defendem que a universalização do saneamento é prioridade até 2040. O montante de R$ 330 bilhões em benefícios considera a diferença entre ganhos e custos sociais. Estima-se que R$ 273,7 bilhões adviriam de benefícios diretos (receita proveniente do investimento, das ações de saneamento e impostos sobre a produção) e R$ 242,9 bilhões decorrentes da diminuição de perdas (redução de gastos com saúde, aumento da produtividade no trabalho, valorização imobiliária e renda do turismo).
O total de custos sociais no período (de investimento e de aumento de despesas das famílias) é estimado em R$ 186,5 bilhões. A presidente do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, considera que a universalização do saneamento é fundamental para a qualidade de vida das populações locais.
O lucro de R$ 330 bilhões, decorrente da universalização do saneamento, proporciona a chance de recuperar áreas degradadas pelo despejo irregular de esgoto e, sobretudo, de aprimorar a qualidade de vida e o bem-estar dos povos tradicionais e das populações em situação de vulnerabilidade que residem na região, além de impactar positivamente todo o ecossistema brasileiro. “Definitivamente, atingir o acesso pleno dos serviços básicos nesta região transformará a vida de milhões de pessoas, assegurando saúde, dignidade e o desenvolvimento próspero das gerações futuras.”
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O relatório estima que os benefícios acumulados atinjam R$ 972 bilhões após a universalização, com previsão para 2040. Isso representa um retorno de R$ 5,10 para cada R$ 1 investido em saneamento, gerando um ganho superior ao esperado para o Brasil. Os maiores ganhos líquidos devem ocorrer nos estados do Pará (30,4%), Maranhão (19,1%) e Mato Grosso (16,1%). No quesito ganhos per capita, Rondônia (R$ 1.049), Acre (R$ 894) e Amazonas (R$ 817) se destacam.
Rio Branco (AC) lidera o ranking, com projeção de R$ 735,93 por habitante, seguido por Porto Velho (RO), com R$ 706,14, e Macapá (AP), com R$ 650,65. As demais capitais apresentarão retornos expressivos por habitante: Belém (PA), com R$ 461,60; Manaus (AM), com R$ 384,79; São Luís (MA), com R$ 341,16; Cuiabá (MT), com R$ 217,64; Palmas (TO), com R$ 157,53; e Boa Vista (RR), com R$ 87,83.
Fonte por: Jovem Pan