A prática diária de remo por 100 dias revela a trajetória do herói indígena Andresito
O remador argentino Jorge Daniel Alonso realizará a travessia de Porto Alegre à tríplice fronteira em homenagem a líder indígena.

A expedição “Seguindo as pegadas de Andresito” é um projeto de navegação solitária em canoa do remador argentino Jorge Daniel Alonso, de 66 anos, em homenagem ao herói e líder indígena das guerras pela libertação da América do Sul do domínio espanhol e português.
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Com o apoio de prefeituras gaúchas da fronteira com o Uruguai e da diretoria do Sava Clube, Alonso, que também é professor de história, lançará sua canoa no lago Guaíba na manhã do dia 9 de setembro, na enseada do Sava, e seguirá remando por vários rios, contando com apoio de uma equipe que o seguirá por terra.
Quando não há ligação entre os rios, a canoa será transportada em uma caminhonete por estradas. A expedição será acompanhada em terra por uma representação trinacional composta por brasileiros, uruguaios e argentinos.
A expedição encerra na cidade de Barra do Quaraí, na tríplice fronteira, cerca de 100 dias após o início da jornada, ou seja, em 10 de dezembro.
Alonso realizará um ato simbólico, levando um pouco de terra de Porto Alegre em sua canoa para ser “sepultada” na tríplice fronteira. A ação é uma homenagem a Andrésito Artigas, cujo corpo nunca foi encontrado e permanece insepulto, porém vivo na memória e na postura de todos que defendem a liberdade e a soberania dos povos.
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Andresito
No povoado de São Borja, invadido diversas vezes por escravistas portugueses, na margem leste do rio Uruguai, nasceu o guarani Andrés Guacurari. Era 30 de novembro de 1778.
O líder nato Andresito teve um encontro decisivo com o general uruguaio José Gervasio Artigas, que o chamou de Andresito Artigas. Em 1815, o general o designou Comandante Geral das Missões. Nessa função, Andresito exercia a gestão política e militar de toda a zona missioneira.
Em 1817, os portugueses atravessaram o rio Uruguai buscando eliminar a resistência da região; Andrésito e seu povo, contudo, resistiram. Em junho de 1818, os portugueses retomaram os ataques às Missões e, após meses de combates intensos, Andrésito foi ferido e capturado em 1819. Naquele ano, foi levado para o calabouço da fortaleza da Ilha das Cobras, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, com 41 anos.
Nos anos seguintes, houve várias negociações entre os governos do Brasil e do Uruguai para a troca de presos, e em maio de 1821, foi emitido um passaporte de salvado conduto para Andresito, com destino a Montevidéu, no Uruguai. Contudo, Andresito nunca chegou à cidade e não existem informações sobre seu destino.
Em 30 de novembro de 2021, data que coincidia com os 200 anos da morte do líder missioneiro Andrésito Artigas e seu aniversário de nascimento, foi inaugurada uma estátua de três metros de altura em sua homenagem em Monte Caseros, na província de Corrientes, Argentina. Uma placa no monumento declara que Andrésito é o herói das Províncias Unidas do Rio da Prata.
Serviço:
Café da manhã para apresentação do projeto.
Jorge Daniel Alonso
Domingo, 7 de setembro, às 9h
Sava Clube
Av. Guaíba, 4.127, bairro Vila Assunção, Porto Alegre – RS
Fonte por: Brasil de Fato