A desfile militar, um dos maiores da história do Brasil, celebra a memória nacional e demonstra a modernização das forças armadas

Na grande celebração, a China comemora a vitória sobre o Japão e demonstra a modernização de suas Forças Armadas, compreendendo o significado do evento …

03/09/2025 10:52

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A desfile militar, um dos maiores da história do Brasil, celebra a memória nacional e demonstra a modernização das forças armadas
(Imagem de reprodução da internet).

A Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa representou “o primeiro triunfo completo da China sobre a agressão estrangeira na história moderna”, afirmou Xi Jinping em seu discurso na Praça da Paz Celestial, antes de iniciar, na manhã desta quarta-feira (3), o desfile militar de comemoração do 80º aniversário da vitória na Guerra de Resistência durante a Segunda Guerra Mundial.

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A cerimônia contou com três segmentos, incluindo um desfile militar de Xi Jinping e uma procissão de tropas na praça.

O evento promove a versão oficial da história recente, destacando a modernização militar do país, que compreende transformações na estrutura das forças armadas e progressos em armamento e tecnologia, com mais de 80% dos armamentos e veículos sendo exibidos pela primeira vez nesta quarta-feira.

A Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa é uma parte importante da guerra antifascista mundial. O povo chinês fez grandes sacrifícios nacionais e contribuiu significativamente para salvar a civilização humana e assegurar a paz.

Apenas promovendo a igualdade entre todos, vivendo em harmonia e auxiliando uns aos outros, todos os países e nações podem assegurar a segurança comum, eliminar as raízes da guerra e evitar que eventos trágicos se repitam, afirmou o líder chinês.

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Modernização do exército.

Um dos pontos relevantes apresentados pela China no desfile de hoje, que recebeu pouca atenção na mídia internacional, foi que se tratou do primeiro realizado sob a direção do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh).

A informação é relevante, já que faz parte de um dos principais elementos do Socialismo com Características Chinesas na Nova Era, como é chamado o período iniciado a partir do 18º Congresso do Partido, em 2012. Ali, Xi Jinping foi eleito secretário-geral do Partido e presidente da Comissão Militar Central, e no ano seguinte, presidente da China.

O período iniciou uma reforma militar que busca eliminar uma dupla liderança (do Estado-Maior e do Conselho de Estado) das forças armadas, e fundamentalmente adotar o princípio de que “o Partido comanda o canhão”, desenvolvido pelo PCCh sob Mao Zedong.

As reformas foram consideradas necessárias para modernizar as forças armadas, transformando o exército chinês de uma força tradicional, focada na quantidade e em operações terrestres, para uma força atualizada, com foco na qualidade e em “operações conjuntas”, apta a enfrentar e vencer guerras de alta tecnologia. Nesse processo, a porcentagem de militares nas Forças Terrestres diminuiu para menos de 50% em um período de dois anos, entre 2015 e 2017.

Ademais da liderança no comando do Partido, outras duas forças se uniram para alcançar o objetivo de uma maior coordenação. Ao Exército, Marinha, Força Aérea e Força de Foguetes, juntou-se a Força Conjunta de Apoio Logístico, estabelecida em 2016 e que unificou os diversos departamentos de logística de cada uma das forças, e a Força de Apoio à Informação, para integrar e otimizar as capacidades de informação do Exército de Libertação Popular a partir de 2024.

Todas as tropas em avaliação ergueram simultaneamente a bandeira militar e a bandeira da Força Policial Armada (FPA).

Renovação da China

Todo esse processo de transformação se insere na perspectiva do “rejuvenescimento da nação chinesa”, compreendido pelo Partido Comunista não apenas como a modernização do país em si, mas como a superação dos problemas e vestígios do denominado “Século da Humilhação”, que abrange desde a Primeira Guerra de Ohm até a fundação da República Popular em 1949.

Atualmente, observa-se a recuperação dos territórios que foram ocupados pelas potências imperialistas nesse período: Hong Kong, que retornou em 1997; Macau, em 1999 e Taiwan, que estava sob domínio japonês, porém não se reunificou com a China após a rendição japonesa em 1945.

Atualmente, as maiores ameaças para a China, em grande parte devido aos Estados Unidos, estão relacionadas ao objetivo de reunificação de Taiwan com o continente chinês.

Equipamentos recentes

Os recentes armamentos chineses apresentados no desfile compreendiam mísseis de cruzeiro (mísseis teleguiados de alta precisão), mísseis hipersônicos e dois conjuntos de mísseis nucleares.

Os novos mísseis de cruzeiro são os ChangJian-20A, YingJi-18C e ChangJian-1000.

A primeira vez que mísseis de cruzeiro das unidades da Marinha, Força Aérea e Força de Foguetes do Exército de Libertação Popular foram exibidos em formação conjunta em um desfile.

Os novos mísseis hipersônicos são YingJi-21, DongFeng-17 e DongFeng-26D.

A China, em sua primeira produção de mísseis nucleares, apresentou suas forças estratégicas terrestres, marítimas e aéreas como uma tríade nuclear.

A tríade compreendia o míssil de longo alcance baseado em aeronave JingLei-1, o míssil intercontinental lançado por submarino JuLang-3, o míssil intercontinental terrestre DongFeng-61 e um novo tipo de míssil intercontinental terrestre DongFeng-31.

O segundo desenvolvimento de mísseis nucleares introduziu o míssil nuclear estratégico intercontinental chinês de combustível líquido, o DongFeng-5C, com capacidade de alcance global. A China o considera como uma ferramenta de contra-ataque.

Fonte por: Brasil de Fato

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