A depressão pós-parto afeta uma mulher a cada quatro brasileiras e apresenta sinais clínicos significativos, segundo psicóloga

Especialista detalha distinções entre os chamados “baby blues” e depressão pós-parto; tratamento farmacológico ainda não está disponível no Brasil.

15/09/2025 11:32

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A depressão pós-parto afeta uma mulher a cada quatro brasileiras e apresenta sinais clínicos significativos, segundo psicóloga
(Imagem de reprodução da internet).

O período pós-parto frequentemente acarreta vulnerabilidade emocional, insegurança e melancolia intensa. A chamada depressão pós-parto, que impacta aproximadamente 25% das mulheres brasileiras, conforme dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), distingue-se do “baby blues”, um estado mais branda e transitório.

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A psicóloga clínica Bruna Capozzi, especialista em psicologia perinatal, explica que no “baby blues” os sintomas ocorrem nos primeiros dias após o nascimento do bebê e desaparecem em até 14 dias. “É um processo de adaptação, tem um choro fácil, irritabilidade, mas não tem um prejuízo funcional importante. Quando falamos da depressão pós-parto, estamos falando de um humor muito mais rebaixado, tristeza, irritabilidade persistente, perda de interesse, às vezes em relação à criança, em relação aos próprios cuidados, e a questão do sono e apetite também vai ter alteração”.

Entre os fatores de risco relevantes, Capozzi aponta o histórico de transtornos mentais e ansiedade durante a gravidez, a falta de uma rede de apoio e até mesmo situações de violência. “Uma rede de apoio insuficiente, ou que em muitos momentos não oferece o suporte adequado, também pode ser um fator de risco”, acrescenta.

O tratamento pode envolver psicoterapia, aconselhamento e, em certos casos, o emprego de antidepressivos seguros para uso durante a amamentação. A psicóloga ressalta que existem avanços nas pesquisas com medicamentos orais, como a zuranolona, que já foi aprovada nos Estados Unidos, porém ainda não está disponível no Brasil. “Espero que em algum momento ela [a medicação] esteja disponível e que, com relação ao custo e à acessibilidade, seja para todos”, manifesta o desejo.

Capozzi argumenta que o fortalecimento da rede de apoio é fundamental no processo de recuperação. “Essa escuta sem julgamento, esse empoderamento da mulher, das decisões que ela toma em relação à amamentação, como fazer, como cuidar dessa criança, é super importante. Quando falamos de depressão pós-parto, é importante dizermos que a culpa não é da mãe, não é fraqueza; é algo tratável, e é importante procurar ajuda especializada”, orienta.

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Fonte por: Brasil de Fato

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