A China homenageia Fidel Castro nos 99 anos de seu nascimento
Cidadãos chineses comparecem à Embaixada de Cuba em Pequim para comemorar o 99º aniversário de nascimento de Fidel e sua importância fundamental nas rel…

Organizações de amizade entre a China e Cuba se reuniram na embaixada cubana em Pequim para homenagear Fidel Castro, que completaria 99 anos nesta quarta-feira, 13 de agosto. O evento marcou o início das celebrações do centenário de nascimento do líder revolucionário.
O evento contou com a presença de Xu Shicheng, de 83 anos, pesquisador do Instituto de Estudos Latino-Americanos e membro honorário da Academia Chinesa de Ciências Sociais. O professor, que atuou como docente na Universidade de Havana nas décadas de 1960, traduziu para o mandarim obras sobre Fidel Castro e o socialismo cubano, além de ter produzido biografias do líder cubano e de Hugo Chávez.
Xu ressaltou o papel global do revolucionário cubano. “Fidel Castro é um grande líder, não apenas da Revolução Cubana, mas também dos movimentos comunista e socialista ao redor do mundo”, declarou.
O estudo ressaltou um dado histórico crucial para chineses e cubanos: o reconhecimento da República Popular da China por Cuba em 1960. O país caribenho foi o primeiro da América Latina a realizar tal ato.
Em 1960, sem ter realizado negociações com o governo chinês, ele anunciou a ruptura com Chiang Kai-Shek [líder do Kuomintang, partido que governou a China até 1949], e proclamou o estabelecimento das relações entre Cuba e a República Popular da China (RPC) na praça anteriormente conhecida como Praça Cívica e posteriormente denominada Praça da Revolução e Praça José Martí, relata Xu.
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O embaixador de Cuba na China, Alberto Blanco Silva, ressaltou o papel de Fidel na construção das relações entre os dois países. “Cuba se tornou o primeiro país latino-americano não apenas a romper com o fatalismo geográfico e com a Doutrina Monroe, mas também a estabelecer relações diplomáticas com a Nova China”, afirmou o embaixador.
O diplomata cubano declarou que Cuba reconhecia o governo da República Popular da China como o legítimo representante do povo chinês, e também defendeu que a China deveria ser membro por direito próprio das Nações Unidas.
O fortalecimento dessas relações iniciou a surtir efeitos nos anos seguintes, com a expedição do primeiro contingente de estudantes chineses a Cuba, em 1964.
Blanco Silva relata que esse primeiro grupo compreendeu aproximadamente 100 estudantes chineses, incluindo Xu Shicheng.
“Eu era bolsista do governo cubano. Cheguei em janeiro de 1964, com 22 anos, ou seja, há mais de 60 anos”, declarou Xu Shicheng. Além de aprimorar o espanhol na Escola de Letras e História da Universidade de Havana, ele estudou História de Cuba e da América Latina, e temas como subdesenvolvimento e colonialismo na América Latina.
Xu relata ter conversado com Che Guevara em Havana, após a segunda visita do revolucionário à China, que se deu em 1965.
O embaixador cubano na China ressaltou que Cuba manteve a política de formação de estudantes, inclusive nos anos mais recentes com a China. “Entre 2006 e 2016, mais de 3 mil estudantes chineses cursaram em Cuba, especialidades como medicina, turismo e espanhol.”
Fidel Castro esteve na China em duas ocasiões, em 1995 e em 2003. O líder cubano recebeu o Prêmio Confúcio da Paz em 2014, em reconhecimento a “não utilizar a força ou a violência para solucionar crises e conflitos”.
O professor Xu afirmou que Fidel Castro foi um grande amigo da China, tendo contribuído significativamente para as relações entre nossos dois países e os dois partidos.
Amigos de Cuba
Adicionalmente, compareceram ao evento ex-diplomatas chineses em Cuba, juntamente com membros do Capítulo Ibero-Americano e Caribenho da Associação de Acadêmicos Retornados do Ocidente, uma organização que reúne chineses e chinesas que estudaram ou trabalharam no exterior. A instituição incentiva trocas acadêmicas e culturais.
Entre os altos funcionários chineses presentes estava Qiu Xiaoqi, vice-presidente da Associação de Diplomacia Pública da China e representante especial do governo chinês para assuntos latino-americanos.
A celebração incluiu a apresentação do Coral Amigos da América Latina, composto por idosos com idade média de 70 anos. O grupo não só estuda a cultura de vários países da região, como também oferece um ambiente de aprendizado de espanhol.
Fonte por: Brasil de Fato