A ausência de chuvas impacta a produção de energia e afeta as finanças dos consumidores no Brasil, adverte um geógrafo da USP

Pesquisador da USP destaca a carência de alternativas: “72% da energia elétrica é proveniente das hidrelétricas”

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(Imagem de reprodução da internet).

O Brasil registra uma escassez de chuvas nas principais bacias hidrográficas por pelo menos uma década, conforme dados do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden). O geógrafo Wagner Ribeiro, leciona na Universidade de São Paulo (USP), afirmou ao Conexão BdF da Rádio Brasil de Fato que essa condição afeta a produção de energia elétrica no país.

Isso gera grande preocupação, visto que, no Brasil, grande volume de água é utilizado na geração de energia elétrica e essa situação reflete nos custos de todos os consumidores. Ele complementa que, em casos de reservatórios com níveis baixos, o governo é forçado a acionar termelétricas, que representam um custo mais elevado e maior impacto ambiental. “A bandeira tarifária vermelha demonstra claramente que o sistema está operando com escassez hídrica”, explica.

Observa-se um déficit de chuva preocupante nos últimos dez anos, o que acarreta um alerta: 80% da nossa energia elétrica provém da hidrelétrica. Segundo Ribeiro, a questão está relacionada à mudança no padrão de chuvas, que não acompanha mais as médias históricas empregadas em modelos de previsão. “Está mudando o padrão de chuva, não é mais a média que tinha de quando se calculava”, aponta.

Ele adverte que o país corre risco de uma crise severa se o aumento da demanda persistir sem que a oferta seja reavaliada. “Como pretende aumentar a demanda e, ao mesmo tempo, garantir o suprimento quando a principal fonte de abastecimento, as chuvas para a recarga dos reservatórios, está em declínio?”, questiona.

O professor argumenta pela necessidade de medidas urgentes, incluindo a expansão de programas de eficiência energética e a otimização do sistema de transmissão, que atualmente causa perdas significativas devido à distância entre as usinas hidrelétricas e os consumidores.

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Fonte por: Brasil de Fato

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