Essa é a questão que separa governistas e opositores durante o andamento do processo sobre a suposta trama golpista no STF.
Será que uma anistia poderia pacificar o Brasil ou apenas aprofundaria a polarização? Essa é a pergunta que divide governistas e opositores enquanto o julgamento da suposta trama golpista avança. Como a maioria previa, pelas ações da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal, os acusados de envolvimento no golpe serão condenados. Os governistas, que desejam ver fora do caminho seu mais ferrenho opositor, Jair Bolsonaro, garantem que a justiça deve ser aplicada de forma exemplar.
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Os opositores alegam ser alvos de perseguição por parte daqueles que atualmente exercem o poder no país. Eles afirmam que esse processo judicial é meramente um recurso para impedir o retorno do ex-presidente ao cargo. Apresentam diversos casos, demonstrando que todas as acusações contra Bolsonaro e seus apoiadores possuem motivação política e não caráter jurídico.
Diante de Bolsonaro ser a principal força política do país, com resultados de vitória em todas as pesquisas, sua prisão é vista por muitos como um obstáculo para que a população possa escolher livremente seu representante. Há muitos que consideram mais adequado que os próprios eleitores resolvessem essa questão por meio do voto, assegurando assim a representação legítima do país.
Diante da incapacidade da defesa em persuadir os ministros a absolvê-los, os bolsonaristas buscam alternativas para evitar que o ex-presidente seja preso e possa disputar as eleições de 2026. Uma de suas principais expectativas é a participação de Donald Trump.
O presidente dos Estados Unidos decidiu “adotar” Bolsonaro e não se cansa de intervir na tentativa de libertá-lo. Além de seus diversos pronunciamentos favoráveis ao ex-presidente, enviou carta a Lula esclarecendo que considera o que estão fazendo com ele uma caça às bruxas e que esse julgamento deveria ser encerrado imediatamente.
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Para intensificar a pressão sobre o Brasil, instituiu a cobrança de taxa de 50% sobre os produtos que o país exporta para os Estados Unidos. Adicionalmente, cancelou o visto de entrada no país de quase todos os ministros do STF e de outras autoridades brasileiras relevantes. Em relação ao ministro Alexandre de Moraes, foi aplicada a Lei Magnitsky, que impede qualquer tipo de relacionamento com empresas americanas, abrangendo bancos e operadoras de cartão de crédito. Essa sanção pode se estender também aos seus familiares.
Ainda, essas ações drásticas não levaram os ministros a mudar de postura, mantendo-se firmes na intenção de condenar o ex-presidente. Quem acompanha de perto a política americana afirma que essas sanções estão apenas começando e que, se os responsáveis pela condenação de Bolsonaro não recuarem de sua decisão condenatória, outras ainda mais severas surgirão.
Enquanto isso, os parlamentares opositores buscam aprovar uma lei que garanta anistia abrangente, geral e sem exceções a todos os envolvidos na suposta trama golpista. Alguns ministros, como Flávio Dino, se manifestam contrários à proposta. Consideram que, para o tipo de crime que está sendo julgado, a anistia não se aplica.
A questão é que o país está polarizado, vivendo em verdadeiro caos. Não se discute outro assunto senão neste julgamento. Nesse ínterim, questões relevantes relacionadas à economia, saúde e educação não recebem a devida atenção. Uma anistia agora poderia acalmar a nação e permitir que as energias fossem direcionadas para esses temas tão importantes.
Temos um exemplo em nossa história de como essa iniciativa funcionou. Ironia do destino, muitos dos que hoje se opõem à anistia são os mesmos que receberam o perdão para prosseguir em suas carreiras políticas. Caso não tivessem sido amnistiados, talvez estivessem até hoje no exílio em outros países.
A anistia de 1979, apesar de excluir formalmente crimes como sequestro e terrorismo, efetivamente atingiu militantes ligados a assaltos a bancos, sequestros e até atos que levaram a mortes. Restabeleceu-se a atmosfera de liberdade, compreensão e prosperidade. Diversos dos beneficiados daquele período exercem atualmente cargos de destaque na política nacional.
A questão ainda necessita de ampla discussão. É importante que ocorra, visto que uma decisão tão complexa não pode ser tomada precipitativamente. Tanto a classe política, quanto os setores mais relevantes da sociedade, precisam se pronunciar. Apenas com o apoio da maioria teremos a certeza de que o melhor rumo foi escolhido.
Existem casos semelhantes. Os que se beneficiaram da medida estão disponíveis para testemunhar, não por meio de declarações diretas, em razão de considerações ideológicas, mas sim através da história de suas próprias vidas. Nesse caso, talvez, o exemplo resulte mais do que todos os discursos eloquentes. Acompanhe pelo Instagram: @politoÂ
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
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