A alta taxa de juros dos EUA ressalta a relevância do BRICS e da convergência com parceiros asiáticos, segundo especialista

Professor da USP discorre sobre os impactos das ações americanas no Brasil e na Índia e sobre as estratégias de negociação com a China.

13/08/2025 23:46

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A alta taxa de juros dos EUA ressalta a relevância do BRICS e da convergência com parceiros asiáticos, segundo especialista
(Imagem de reprodução da internet).

A elevação de tarifas definida pelos Estados Unidos em produtos brasileiros e indianos demonstra a urgência de buscar alternativas estratégicas para o comércio internacional, afirmou o professor de direito internacional público Paulo Borba Casella, da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.

Quando um modelo demonstra estar deficiente, é necessário buscar alternativas. Observa-se críticas devido ao diálogo do Brasil com a China, Índia, Rússia, África do Sul, e à programação de uma videoconferência do BRICS, além de conversas com outros países. É importante compreender que isso deve ser organizado e coordenado, e que se faz por conta da relação com um parceiro tradicional, como os EUA, que se deteriorou em razão de agressões, perseguições e chantagem tarifária por parte do governo americano, segundo Casella.

O professor aponta que o Brics, sem possuir um tratado constitutivo ou personalidade jurídica formal, tem aumentado sua relevância, sobretudo com a criação do Banco dos Brics em Xangai. “O Brics tem a flexibilidade de funcionar como uma parceria em que os países participantes se reúnem e convergem em determinadas posições.”

Ele acredita que as medidas de retaliação do governo podem pressionar os EUA a negociar. “Aplicar tarifas não onera apenas quem exporta, onera também o consumidor americano que paga mais caro pelo produto que chega com esse custo adicional. Então, o Brasil deveria considerar, sim, a retaliação; não para piorar a relação, mas como uma estratégia para que eles [os EUA] queiram conversar”, sugere.

Para o especialista, o líder estadunidense Donald Trump, que se encontra com o presidente russo Vladimir Putin nesta sexta-feira (15), “não está interessado em resolver a guerra e tem atuado de maneira que agrava os conflitos”. “Ele está preocupado com seus interesses, é a visão de um especulador e um oportunista que atua no mercado com exigências absurdas para depois reduzir as exigências e tentar fazer acordos em benefício dos EUA. Não são a Rússia, a Ucrânia, não são outras partes em conflito que estão interessadas em atender”.

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Fonte por: Brasil de Fato

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